São Paulo, 18 – A cenoura registrou alta nas cotações em maio em todos os entrepostos estudados, em comparação com o mês anterior. Em contrapartida, tomate, batata, cebola e alface tiveram queda de preço, conforma dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira, 18, o 6º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) nas Ceasas do País.

A Conab salienta que essas cinco hortaliças são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

Segundo a Conab, os preços atuais da cenoura são os mais altos dos últimos dois anos. A maior alta foi verificada na Ceasa/DF – Brasília (30,49%), seguida da alta na CeasaMinas – Belo Horizonte (28,93%). “Apesar de temperaturas mais favoráveis e tempo mais seco, a reação da oferta ainda não foi suficiente para refletir nos níveis de preço”, comenta a estatal no boletim.

O cenário que era de elevação de preços para a cebola, desde outubro de 2018, em maio registrou queda em quase todos os mercados analisados. A maior, ocorreu na Ceasa/PE – Recife (17,70%), seguida da Ceasa/ES – Vitória (13,34%).

Ao analisar a oferta em 2018 e 2019, é possível compreender o motivo de os preços estarem ainda inferiores este ano comparados com o ano anterior. A Conab explica que em maio de 2019 a oferta nos nove mercados atacadistas analisados foi de 37.822 toneladas, enquanto em maio de 2018 o volume foi de 31.719 toneladas, portanto, acréscimo de quase 20%.

Outro destaque foi o tomate, cujos preços em maio voltaram a cair, após um período de altas constantes. O pico de preços ocorreu em abril, caracterizando-se como um dos mais altos dos últimos anos. Em maio, as quedas em alguns dos mercados analisados foram significativas.

A maior variação negativa ocorreu na CeasaMinas – Belo Horizonte (34,12%), seguida da variação na Ceagesp – São Paulo (24,90%). Conforme a Conab, no mês de janeiro houve queda de preços e concentração de oferta, quando o calor acelerou a maturação do fruto e obrigou os produtores a colocarem o produto no mercado. Nos meses seguintes, de fevereiro a abril, os preços tiveram altas constantes, e em maio a tendência se reverteu, em consequência da equalização das ofertas do produto, diz a estatal.

Para a batata, após um período de alta de preços, que perdurou de outubro de 2018 até março/abril de 2019, no mês de maio, houve queda em todos os mercados analisados. Algumas foram significativas, entre 15% e 20%. Foi o que se registrou nas Ceasas que abastecem Vitória/ES (20,81%), Goiânia/GO (19,10%), Recife/PE (17,68%), Rio de Janeiro/RJ (16,89%) e Curitiba/PR (15,30%).

O comportamento de preços da alface, em maio, foi novamente de queda na maioria dos mercados analisados. Em alguns, os porcentuais foram significativos. As exceções foram registradas na Ceasa/PR – Curitiba onde houve estabilidade de preços e na Ceasa/CE – Fortaleza que registrou um aumento de 4,69%.

Frutas

No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).

A banana teve queda de preços em sete centrais atacadistas e alta da oferta em seis entrepostos. A banana nanica continuou processo de desvalorização, em decorrência do aumento da oferta, demanda fraca, renda baixa e concorrência com outras frutas.

A laranja exibiu queda de preços na maioria dos entrepostos atacadistas, aumento de oferta pelos produtores. A colheita da safra começou em meio à demanda estagnada, por causa da ainda fraca qualidade das laranjas e ao tempo frio. “As empresas processadoras de suco devem começar a intensificar os trabalhos a partir de fins de junho, o que deve melhorar o escoamento e a rentabilidade dos produtores”, prevê a Conab.

O mamão registrou alta oferta da variante formosa que, conjugada às baixas temperaturas do período, resultou em queda da demanda e de preços. Conforme a Conab, o mamão papaia também teve queda nas cotações, em meio ao cenário de queda de demanda, oferta estagnada nas Ceasas, do efeito substituição com o mamão formosa e da grande quantidade de frutas pequenas e cheias de doenças fúngicas.

Já a maçã apresentou movimento predominante de queda da oferta e elevação de preços nas Ceasas. “Além da concorrência com outras frutas e da demanda desaquecida, tem-se a adição do término da colheita da safra da maçã fuji e, portanto, o início da saída do mercado dos produtores menores, que não têm acesso às câmaras frias, além da oferta controlada da maçã gala e a pressão sobre a rentabilidade das indústrias produtoras de suco”, informa a estatal.

A melancia teve alta de preços em seis Ceasas e queda da oferta em cinco delas, concentrada nos entrepostos do Centro-Sul brasileiro, embora a margem de lucro dos produtores tenha se reduzido por causa da queda dos preços recebidos nas fazendas. “A oferta da melancia de Uruana (GO) começou a entrar no mercado com mais força, sendo praticamente a única região brasileira ofertante no mês.”

O levantamento é feito mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do País, nos Estados de SP, MG, RJ, ES, PE e CE.