No programa MOEDA FORTE desta semana, Carlos Sambrana, redator-chefe da ISTOÉ DINHEIRO, recebe Paulo Kakinoff, presidente da Gol Linhas Aéreas. Há seis anos, o executivo que comandava a montadora alemã Audi no Brasil trocou a direção pelo manche e entrou em um mercado que nunca havia se aventurado. Nesta entrevista, ele conta o que fez para que a empresa se valorizasse 200% no ano passado e revela os planos para o futuro.

Neste quinto bloco (acima), Kakinoff fala sobre gestão e carreira. De acordo com o executivo, muitas pessoas negligenciam a possibilidade de aprender dentro da própria empresa. “O aprendizado na companhia é tão importante quanto a formação técnica e acadêmica”, diz. O presidente da Gol acredita ser fundamental a troca de informações entre pessoas experientes e novas gerações com novas ideias e conceitos. Além disso, segundo ele, é preciso tomar cuidado com o efeito da ‘celebrização’ associada a tecnologia que cria modelos utópicos de sucesso. Kakinoff também critica a ‘manualização’ da vida, com regras para tudo e fórmulas prontas. “Acredito em dedicação, bom trabalho, humildade, suor e um desejo de aprender”, afirma.

BLOCO 4

O executivo fala sobre economia e política. De acordo com o executivo, a crise foi um grande teste de resiliência para a empresa e, agora, a recuperação da economia já começa a impactar os negócios. “Percebemos um interesse maior e um fluxo de investimento direto nos papéis das companhias brasileiras listadas na bolsa”, diz Kakinof, que destaca também a importância da aprovação das reformas. “O mercado enxerga a reforma da Previdência como a mais urgente”, afirma. Além disso, o executivo acredita que esse é um ótimo momento para aprofundar o conhecimento em relação às propostas dos candidatos à Presidência da República. “O candidato que prevalecer deve ter a condição de levar adiante a agenda das reformas”, completa.

BLOCO 3

O presidente da Gol fala sobre infraestrutura. De acordo com Kakinoff, em um mundo globalizado não faz mais sentido restringir a participação de capital estrangeiro nas companhias brasileiras do setor. “Enxergamos como um anacronismo existir um dispositivo que dificulte o acesso ao capital”, afirma. Kakinoff também destaca a importância a concessão de aeroportos, que melhorou a infraestrutura aeroportuária. “Os aeroportos que foram privatizados registraram um salto importante de qualidade”, diz. O presidente da Gol comenta ainda que a parceria entre Embraer e Boeing representaria ganho de eficiência e competitividade para as duas empresas.“A Embraer e a Boeing podem fazer coisas ainda mais grandiosas juntas e gerar muita riqueza para o Brasil”, afirma.

BLOCO 2

O executivo fala sobre o mercado de aviação e como o setor sobrevive aos períodos de recessão e baixa demanda. “A aviação comercial tem 90 anos e é cíclica para as companhias”, afirma Kakinoff. Segundo ele, o recurso mais eficiente na crise é a capacidade de produzir, do ponto de vista unitário, o mais baixo custo do mercado. “100% dos bilhetes das companhias aéreas são auditados e esses dados são públicos. O custo por assento/quilômetro voado da Gol está entre os mais baixos”, afirma.

BLOCO 1

Kakinoff fala sobre o desafio de comandar uma companhia aérea. Segundo ele, algumas consultorias classificam a aviação como um dos setores mais complexos pela quantidade de variáveis externas. “Preço do combustível, variação cambial e dinâmica competitiva são os três fatores que interferem nos custos”, afirma. O executivo explica ainda que a principal forma de administrar essas variáveis é a capacidade que a companhia tem de ajustar a sua tarifa em função dos custos.