Joe Biden e Bernie Sanders, que lideram as pesquisas das primárias democratas, acusaram-se mutuamente de mentir e de terem poucas chances de superar o republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, em novembro.

A duas semanas da primeira votação das primárias em Iowa, no meio-oeste americano, o ex-vice-presidente Biden lidera em praticamente todas pesquisas nacionais, mas o senador independente Bernie Sanders vem diminuindo a distância entre os dois desde dezembro.

Na recente pesquisa CNN/SSRS, Sanders aparece à frente (27%) de Biden (24%), apesar da diferença entre os dois estar dentro da margem de erro.

Agora que a diferença entre os dois veteranos políticos, ambos com mais de 70 anos, diminui, seus embates se tornaram mais frequentes, com acusações mútuas de desonestidade.

As trocas de críticas entre ambos lembram a áspera batalha travada durante as primárias de 2016 entre Sanders e Hillary Clinton, que no fim foi a indicada pelos democratas nas eleições presidenciais vencidas por Trump.

Através do Twitter, Sanders acusou nesta terça-feira Biden de defender por muito tempo o corte de fundos públicos aplicados na previdência social, que servem para financiar as aposentadorias nos Estados Unidos.

“Sejamos honestos, Joe. Um de nós lutou durante décadas para reduzir a previdência social e um de nós não fez isso”, publicou o pré-candidato na rede social.

“Acho incrível que sejam feitas declarações que, na maioria das vezes, são tiradas do contexto há 10, 20, 30 ou 35 anos atrás”, disse Biden nesta quarta-feira ao canal MSNBC.

O ex-vice-presidente também postou um vídeo no Twitter no qual rebateu as declarações de seu rival.

“Os ataques negativos de Bernie não mudarão a verdade: Joe Biden ainda é o democrata mais bem colocado para derrotar Donald Trump”, diz um narrador.

Uma das assessoras de comunicação de Sanders, Briahna Joy Gray, publicou um vídeo no qual comparou as posturas dos dois candidatos e concluiu que a experiência de Biden em política exterior ou em relações comerciais daria munição para os ataques de Trump em um possível duelo.

Hillary Clinton entrou no embate entre os candidatos através de um documentário que está por estrear, no qual criticou duramente Sanders.

“Ninguém o quer, ninguém quer trabalhar com ele, não conseguiu nada. É um político profissional”, declarou a ex-secretária de Estado do governo de Barack Obama no documentário.

Nesta quarta-feira, a pré-candidata democrata Tulsi Gabbard, que pouco aparece nas pesquisas, abriu um processo por difamação contra Clinton, acusando a ex-senadora por Nova York de tê-la rotulado como “a favorita dos russos”.