Ceder os lotes do quadrilátero da Cracolândia para o Estado é a intenção inicial da Prefeitura, de acordo com o secretário de Justiça, Anderson Pomini. A ideia é que a construção de imóveis na região seja executada pelo mesmo consórcio da PPP Casa Paulista, que atua no Complexo Julio Prestes, da mesma área. “Seria muito mais rápida a intervenção”, afirma o secretário, que estima que uma nova licitação atrasaria as obras em cerca de cinco meses.

Segundo a secretária municipal de Urbanismo e Licenciamento, Heloísa Salles, a revitalização deve começar em até dois meses com a colocação de bancos, decks, aparelhos de ginásticas e outros “aparelhos transitórios”, que devem ser obtidos por meio de doação privada. “Não podemos deixar o espaço vazio. Temos de ocupá-lo imediatamente”, diz.

Até o fim do ano, Heloísa prevê o início da construção de um Centro Educacional Unificado (CEU), uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e de um tipo de passarela que vai ligar a Alameda Cleveland e a Rua Ribeiro de Lima, atravessando a Estação Julio Prestes. Em dois anos, pretende-se, ainda, estender as “intervenções” em direção à Avenida Rio Branco, o que pode incluir mais desapropriações. A localização dos espaços já está delimitada em um estudo preliminar, o que inclui a construção de edifícios habitacionais com 436 apartamentos e de uso comercial. Além disso, estão previstas melhorias de iluminação e mobilidade.

“A concessão do Terminal Princesa Isabel também vai contribuir para mudar o entorno. A região só vai se transformar se a mudança ocorrer rapidamente”, defende. A secretária negou que o arquiteto e urbanista Jaime Lerner esteja envolvido no projeto – ele próprio havia confirmado que estava desenvolvendo um projeto de mobilidade para o centro e outro específico para o Minhocão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.