Um dos investimentos menos recomendados no período em que o Brasil teve o combo juros + inflação nos menores patamares dos últimos anos, a poupança pode ganhar um novo componente positivo nesta semana.

Isso porque o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai se reunir nesta terça-feira (7) para definir a nova taxa Selic. Atualmente a taxa básica de juros do País está em 7,75% e existe uma expectativa de que ela sofra novo acréscimo, agora de 1,50 ponto percentual, chegando a 9,25% ao ano.

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Atualmente, a poupança conta com dois tipos de remuneração:

– Selic até 8,5% ao ano: rendimento da poupança fica limitado a um percentual de 70% dos juros + Taxa Referencial calculada pelo Banco Central (atualmente em zero desde 2017);

– Selic acima de 8,5% ao ano: rendimento fixo de 0,5% ao mês + Taxa Referencial, o equivalente a 6,17% ao ano.

Quanto vai render a Poupança com a nova Selic?

Se o Banco Central aumentar o patamar da Selic para 9,25%, como prevê o mercado, o rendimento da poupança vai acompanhar o cenário de rendimento fixo de 6,17% ao ano.

Neste momento, a poupança conta com rendimento de 0,44% ao mês, equivalente a 5,43% ao ano.

Apesar do cenário positivo para a aplicação, a modalidade ainda perderá para a inflação, que deve fechar 2021 acima dos 10%, segundo as projeções de economistas do Boletim Focus.

Em outubro, a rentabilidade real – descontada a inflação – da caderneta de poupança ficou negativa em 7,59% no acumulado em 12 meses, segundo dados da Economatica. Este foi o pior resultado em 30 anos. Em outubro de 1991, a variação negativa chegou a -9,72% em termos reais.

Para 2022, os economistas acreditam que a inflação deve perder força, chegando a 5% e a Selic gravite em torno de 11,25%, o que deve, pelo menos, dar ganhos mais vantajosos para a poupança.