Sites financeiros, no Brasil, são sinônimo de telas coloridas, cheias de recursos sofisticados, em que o freguês pode escolher entre dezenas de ofertas de fundos das mais diversas espécies. Pena que o consumidor não esteja interessado nisso. Uma pesquisa feita pelo Bradesco, para avaliar os hábitos de navegação e consumo dos internautas, concluiu que o modelo de e-banking usado no País é feito exatamente para não oferecer aquilo que os clientes precisam. ?Está tudo errado?, diz o diretor de produtos especiais do banco, Cândido Leonelli. Quando entra num site financeiro, o cliente quer passar ali o menor tempo possível, sem se dispersar recebendo ofertas que não lhe interessam. E suas prioridades não são as imaginadas pelos bancos. Em lugar de comprar seguros ou receber ofertas, por exemplo, uma das principais preocupações do brasileiro é pegar dinheiro emprestado. A classe média alta procura financiamento rotativo do cartão de crédito. A média baixa quer crédito pessoal (a procura por essas operações na rede é quatro vezes maior que no serviço de teleatendimento). E a Internet serve bem a esse fim. Os entrevistados dizem gostar de pedir empréstimos no mundo virtual, onde não é preciso passar pelo desconforto de falar com o gerente levando o xerox do contracheque debaixo do braço.