O porta-voz do governo Jair Bolsonaro, Otávio do Rêgo Barros, minimizou a derrota imposta por deputados na noite desta terça-feira. “Em uma democracia consolidada, as derrotas são aceitas naturalmente”, disse o porta-voz. Segundo Rêgo Barros, “o governo não entende de forma alguma como derrota o fato de que o Congresso esteja pedindo uma análise mais aprofundada no que toca a Lei de Acesso à Informação”.

Com apoio de 367 dos 513 parlamentares, foi aprovado hoje requerimento de urgência para a votação que terminou com a derrubada de um decreto editado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, em janeiro. O texto ampliou a funcionários comissionados e de segundo escalão o poder de impor sigilo a documentos públicos. A votação para aprovação na Câmara foi simbólica. O texto segue para o Senado.

A proposta foi incluída na pauta de votações desta terça a pedido do líder do PP, Arthur Lira (AL), durante reunião de líderes realizada nesta manhã. Segundo relatos de deputados, o líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), chegou a pedir para que a proposta não fosse incluída na pauta, mas foi derrotado por seus colegas.

O número expressivo de parlamentares que votou a favor da urgência da votação foi visto como uma sinalização ruim do governo, que enviará amanhã a reforma da Previdência ao Congresso e precisa de apoio. Sobre isso, Rêgo Barros disse que o governo “está muito esperançoso” com a “coparticipação” do Congresso no avanço da proposta.

Ele evitou fazer comentários sobre a crise no governo e o vazamento de áudios entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Gustavo Bebianno, o que também poderia respingar na relação do governo com o Legislativo.