A relações comerciais entre Portugal e China existe a 500 anos, e remonta a uma época que uma viagem entre os países era uma aventura épica. Porém hoje mais do que nunca, as duas nações tem uma relação muito próxima, a ponto dos europeus defenderem os asiáticos no mais alto escalão da União Europeia.

Em recente reunião do bloco, foi definido que o continente aumentará a supervisão sobre investimento externos, visando diminuir a influência chinesa na UE através de aquisições. Uma das poucas vozes dissonantes sobre o acordo foi a do primeiro-ministro português António Costa, que em fala para o jornal Financial Times, rechaçou o protecionismo e deu seu parecer sobre as relações com chineses no seu país: “nossa experiência com investimentos da China é muito positiva. Os chineses respeitam totalmente nossas leis e as regras do mercado”.

A fala serviu também como uma cutucada a países da União Europeia. Isso porque durante a crise vivida desde 2010, Portugal recorreu a uma série de medidas para reverter o quadro de sua economia. Enquanto o bloco europeu ajudou o país com a contrapartida de efetuar reformas e cortes de gastos exigidos pela “troica” – nome dado a tríade Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI – a China fez o mesmo, sem exigir moedas de trocas.

Dessa maneira, os asiáticos compraram diversos títulos da divida portuguesa e investiram em diversas empresas do país. Atualmente os chineses detém a antiga estatal de energia de Portugal, a Redes Energéticas Nacionais (REN), a maior seguradora e grupos hospitalar do país, além de 27% do banco Millennium BCP. Eles ainda controlam 23% da Energias de Portugal (EDP), e teriam mais participação caso a proposta fosse aprovada – um dos pontos de conflito foi a atuação da empresa nos Estados Unidos.