De 2000 a 2017, o espaço médio entre cadeiras de avião diminuiu cerca de 10cm, sempre sob a justificativas das aéreas de colocar mais pessoas por voo, causando a desconfortável situação de torcer para que a pessoa que senta a sua frente não reclinar o banco e encolher consideravelmente o já diminuto espaço do seu assento.

Eis então que a Delta Air Lines anunciou que 62 de seus aviões – quase todos operam em rotas curtas onde a chance de dormir no trajeto é menor – deixarão de oferecer cadeiras reclináveis. A medida afeta pouco menos de 10% da frota da empresa, e servirá de teste para algo que pode significar um enorme mudança na aviação comercial.

Não, a mudança da Delta nada tem a ver com dinheiro. A companhia afirma que a medida é 100% voltada para a satisfação do cliente, e declara isso amparados na ciência. Nos anos 1980, um estudo sobre o ângulo de cadeiras e seu efeito no corpo humano quando dormindo mostrou que um “sono adequado” só é garantido a partir de uma reclinação de 40 graus. No caso das cadeiras reclináveis de avião, o número não chega a 17,5 graus, longe no número ideal, evitando que pessoas consigam dormir bem ou de maneira profunda no avião. O número “ mágico” só é atingido em cadeiras de classe executiva ou primeira classe, uma parcela ínfima dos assentos.

Apesar de em um primeiro momento parecer que a Delta está tomando uma decisão negativa, o amparo científico mostra que existe lógica na decisão. De maneira mais prática, agora os passageiros da companhia não precisarão mais se preocupar o quanto a pessoa da frente irá se reclinar, consequentemente diminuindo seu espaço pessoal