Estamos cansados de ouvir que o problema do Brasil é a educação. E com dados não se discute. Segundo os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica no Brasil (Saeb), a média de proficiência em matemática dos alunos brasileiros do nono ano do ensino fundamental é de 263, 137 pontos (do total de 400 pontos). Com essa performance, o estudante se encaixa na categoria nível 3 – o ranking vai até o nível 10. Matemática é com certeza o vilão nas escolas brasileiras, representado pelos 95% de estudantes que saem do ensino fundamental sem o nível de estudo adequado. É aí que edtechs, como a Smartick, entram.

Para o cofundador da startup, Javier Arroyo, “não faz sentido continuar ensinando como há 100 anos”, afirmou. Segundo ele, 83% das crianças que utilizam o método melhoraram suas notas e 94% melhoraram sua capacidade de cálculo, lógica e resolução de problemas. Trata-se de um app e plataforma de ensino personalizado para crianças entre 4 e 12 anos que está há quatro anos no mercado.

Segundo relatório da HolonIQ, empresa de inteligência educacional, governos, empresas e consumidores devem gastar até US$ 7 trilhões em educação e treinamento até 2025. Para a P&S Intelligence, o total global gasto em tecnologia para educação foi de US$ 237,6 bilhões em 2021 e deve crescer 17,3% anualmente até chegar a US$ 998,4 bilhões em 2030.

E foi na pandemia que o Smartick se tornou o mais baixado do segmento educacional, segundo o Qusztodio. Baseado em inteligência artificial (IA). Com IA, o ensino se torna mais personalizado, “com uma oferta de planos de estudo individualizados”, disse Javier. Basicamente, é como se fosse um acompanhamento de um professor. O sistema identifica onde o aluno tem mais dificuldade, repetindo esses conteúdos e onde há mais facilidade o deixa avançar.

O plano principal no Brasil custa R$ 199, podendo ficar mais barato se pago trimestralmente, ou anualmente (R$ 1.999). Algo ainda longe do poder de compra dos brasileiros. Para democratizar o acesso, a plataforma tem parceria com 100 escolas associadas e soma 14 mil alunos do ensino fundamental. “A meta para 2022 é dobrar o número de usuários na plataforma”, afirmou Javier.

Para o cofundador, o negócio é a realização de um sonho, o de oferecer às crianças um futuro mais positivo através da educação. O aplicativo ajuda a combater um dos maiores problemas das salas de aula que, segundo ele, é “a falta de motivação e confiança”.