Antes mesmo de uma bola ser chutada na abertura da Copa do Mundo do Irã contra a Inglaterra na segunda-feira, os jogadores do Irã fizeram uma declaração poderosa.

No que parecia ser uma demonstração de solidariedade com aqueles que protestavam em casa, os jogadores ficaram em silêncio enquanto o hino nacional iraniano tocava no Khalifa International Stadium antes do início do jogo na segunda-feira. A partida terminou com uma vitória de 6–2 para a Inglaterra.

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Protestos, caos e violência abalaram o Irã nos últimos meses e ameaçaram a própria natureza do regime do país, que está no poder há mais de 40 anos.

Os protestos, considerados por especialistas como os mais significativos desde o estabelecimento do regime clerical após a Revolução Iraniana de 1979, foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, uma mulher de 22 anos que morreu após ser detida pela polícia moral iraniana, supostamente por não seguir o código de vestimenta conservador do país. As forças de segurança iranianas desencadearam uma resposta violenta.

Antes do início do torneio, o técnico do Irã, Carlos Queiroz, disse que os jogadores poderiam protestar enquanto competiam no Catar.

A silenciosa demonstração de respeito na segunda-feira foi recebida com uma forte reação dos fãs iranianos, muitos dos quais aplaudiram o tempo todo. Não está claro se foi em apoio aos jogadores.

Queiroz estava relutante em falar sobre questões fora do campo em sua coletiva de imprensa pós-jogo após a vitória dominante da Inglaterra por 6–2.

No que parecia ser uma demonstração de solidariedade com aqueles que protestavam em casa, os jogadores ficaram em silêncio enquanto o hino nacional iraniano tocava no Khalifa International Stadium antes do início do jogo na segunda-feira.

Queiroz parecia frustrado sempre que questionado sobre um assunto que não tinha a ver com futebol e não abordou diretamente o protesto do hino nacional.

“Aqueles [torcedores] que vieram atrapalhar o time com questões que não são só futebol, não são bem-vindos”, disse Queiroz, tentando proteger seus jogadores das críticas.

“Não é culpa [dos jogadores] que a Copa do Mundo aconteça neste momento. Nos momentos certos, vamos expressar nossos sentimentos e nossas opiniões”, declarou o treinador.