DIN1018-sustenta2A busca pelo marfim está colocando os elefantes em risco. A cada 15 minutos, um paquiderme é morto por caçadores na África, o que representa um total de 100 animais assassinados por dia. Nesse ritmo, a espécie estará extinta até 2030, a exemplo dos rinocerontes, que estão em estágio avançado de extinção pelo fato de seus chifres serem sinônimo de virilidade em alguns países, sobretudo na Ásia. Acabar com essa matança deveria ser uma preocupação de todos os países.

Não só pela questão moral envolvida, mas também pelo fato de que esse mercado alimenta outros crimes. “O marfim se tornou uma das principais moedas do tráfico de armas”, afirma Paula Kahumbu, diretora executiva da WildlifeDirect, organização que trabalha pela proteção à vida selvagem africana. Ou seja, aquele brinco de marfim pode se transformar em um rifle e ir parar nas mãos de um terrorista do Boko Haram, grupo radical que aterroriza o continente. Para o Brasil, há um risco adicional. O País é um dos mais afetados pelo tráfico de animais silvestres, atividade ilegal que só perde para as drogas e para as armas em potencial lucrativo.

Segundo Kahumbu, a complexidade de se transportar o marfim cria uma extensa cadeia de suprimentos, que acaba favorecendo esse crime. A ativista, nascida no Quênia, esteve no País, na semana passada, a convite da Amarula, marca de licor sul-africana, que está apoiando a construção de um santuário de elefantes resgatados de circos e zoológicos, no Mato Grosso. “A América do Sul e a África têm as maiores diversidades ambientais do mundo”, diz Kahumbu. “Precisamos nos unir para defender essa riqueza.”

DIN1018-sustenta3-1

(Nota publicada na Edição 1018 da Revista Dinheiro)