Já aconteceu com você de viajar de uma cidade para outra que indicam a mesma temperatura, mas quando você chega ao destino a sensação térmica é diferente?

Isso acontece porque as sensações térmicas nas duas cidades são diferentes. A sensação térmica é como sentimos a temperatura do ar e pode ser diferente da temperatura real devido aos mecanismos que interferem a transferência de calor entre o corpo e o ambiente.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), são mais de 100 índices para calcular a sensação térmica (ou estresse térmico), também chamado de conforto térmico. No Inmet, o cálculo é realizado com base no Índice Termoclimático Universal (UTCI) desenvolvido pela da Comissão de Climatologia (CCI) da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

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O UTCI consiste na combinação entre variáveis meteorológicas (temperatura do ar, radiação solar, velocidade do vento e umidade relativa do ar) e um modelo termofisiológico aplicável a todos os tipos de clima, considerando a capacidade do corpo humano, o sistema termorregulador, o padrão fisiológico, a capacidade de transpirar em ambiente quente e o aumento do metabolismo em ambiente frio.

“Em geral, no frio, quanto maior a velocidade do vento e a umidade relativa do ar, maior o transporte de calor, exigindo assim, mais metabolismo (gasto de energia) para manter a temperatura interna do corpo. Por outro lado, temperaturas altas e umidade relativa alta dificultam o processo de sudorese do corpo humano, ou seja, o corpo não consegue diminuir a temperatura interna por meio de evapotranspiração (regiões de florestas tropicais, por exemplo) ”, explica a meteorologista Josefa Morgana de Almeida.

No Inmet, o cálculo do UTCI é realizado a cada hora por meio de dados recebidos da rede de estações meteorológicas.