Se as concessionárias não vendem carros, as montadoras não produzem. Se as montadoras não produzem, as autopeças não fabricam componentes. Sem peças e carros novos, várias outras empresas da cadeia automotiva também desaceleram. Essa ciranda ajuda a explicar o momento da alemã Eisenmann, multinacional especializada em tecnologias para pintura industrial. Fundada em 1951, em Stuttgart, chegou ao Brasil em 1996. Aqui, por mais de duas décadas desenvolveu projetos, principalmente para o ramo automotivo. Porém, com a falência da matriz em 2019, a operação brasileira teve de buscar um recomeço. E ele veio.

No ano passado, foi adquirida pelo grupo austríaco Pentanova — especializado em automação — e agora, com respaldo financeiro da ex-fornecedora, espera recuperar o brilho. Para isso, programa investimentos, além de buscar expansão nos Estados Unidos. “Nossa receita em 2021 foi de cerca de R$ 150 milhões. Acredito em um crescimento de 20% em 2022”, disse à DINHEIRO Alexandre Coelho, CEO da Eisenmann do Brasil.

A estratégia de crescimento inclui investimento de R$ 15 milhões no prazo de cinco anos, para ampliar a capacidade da planta em Cruzeiro, no interior de São Paulo, além do desenvolvimento de tecnologias. Tudo para incrementar a receita. O período poderá ser encurtado dependendo dos projetos que a Eisenmann capturar no mercado nacional e internacional, principalmente o americano, foco maior. “Se a gente exportar para os Estados Unidos, será preciso aumentar o potencial de produção. Mas também será possível dobrar o faturamento”, afirmou.

DE OLHO NO dólar Alexandre Coelho prevê aumentar a capacidade de produção em Cruzeiro caso a empresa amplie os negócios no mercado americano. (Crédito:Divulgação)

O mercado americano, na visão do executivo, tem outra dimensão. “Quando falamos de uma coisa grande aqui [no Brasil], para eles [dos Estados Unidos] não é nada. Quando falamos de uma coisa muito pequena para eles, para nós é superinteressante.”

Os negócios nos Estados Unidos são voltados ao mercado automotivo, especialidade da empresa também no Brasil. A marca tem operação na fábrica da Volkswagen Caminhões no Rio, além de contratos com outras montadoras. O restante do portfólio é dividido entre os segmentos de agronegócio, de linha branca e de equipamentos industriais. Esporadicamente, surgem outros negócios, como em energia. Uma prova de que a multinacional, que trocará o nome Eisenmann por Pentanova até setembro, se mostra renascida e preparada para o que pintar pelo caminho.