Os Estados Unidos vão considerar “antissemita” o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que deseja isolar Israel internacionalmente pelo tratamento dado aos palestinos – afirmou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, nesta quinta-feira (19), em Jerusalém.

“A campanha mundial do BDS contra Israel será considerada antissemita (…) Queremos nos alinhar com outras nações que reconhecem o movimento do BDS pelo câncer que é”, declarou Pompeo em entrevista coletiva com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Em fevereiro deste ano, Pompeo acusou a ONU de ser “anti-Israel”, após a divulgação de uma lista de empresas que operam nas colônias israelenses em território palestino, as quais são consideradas ilegais pelo direito internacional.

À época, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos afirmou que esta publicação “facilitava” a campanha do BDS e “deslegitimava Israel”.

BDS é uma campanha internacional de boicote econômico, cultural, ou científico, contra Israel que deseja forçar o fim da ocupação e da colonização dos territórios palestinos.

Aqueles que apoiam, ou promovem, esse movimento seguem o exemplo da África do Sul, onde, segundo eles, o boicote ao país contribuiu para o fim do Apartheid.

Israel considera que a campanha do BDS é antissemita e põe em xeque a existência do Estado de Israel, algo que o movimento nega.

Sob uma lei aprovada em 2017, Israel proíbe a entrada em seu território de estrangeiros que apoiem esta campanha.

O número de colônias israelenses na Cisjordânia, ocupada desde 1967, e em Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel, aumentou significativamente no governo de Netanyahu e, em especial, desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca há quatro anos.

Na mesma coletiva de imprensa, Pompeo anunciou que viaja nesta quinta para a região das Colinas de Golã, território sírio ocupado por Israel desde 1967.

“Hoje (quinta-feira) terei a sorte de visitar as Colinas de Golã”, disse Pompeo.

O governo dos Estados Unidos reconheceu em 2019 a soberania israelense sobre este território ocupado.