Buzinas, gritos, carburadores, motores: quem vive a vida da cidade sabe o quanto o barulho de trânsito incomoda. Mas, ao que aparece, vai além de um incômodo e a exposição prolongada ao ruído do tráfego rodoviário pode estar relacionada com a hipertensão arterial.

É o que indicam os pesquisadores do estudo Ruído do Tráfego Rodoviário e Incidência de Hipertensão Primária: Uma Análise Prospectiva no Biobanco do Reino Unido, publicado pelo Journal of the American College of Cardiology. 

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Segundo o experimento, o barulho de trânsito aparece como fator de risco ambiental para doenças cardiovasculares no geral. Os efeitos aumentam ainda mais com a exposição de poluição do ar. 

A média de idade dos participantes do estudo foi de 55 anos, sendo 54,6% do sexo feminino. Mais de 500 mil participantes foram inscritos em 22 centros de avaliação do estudo em todo o Reino Unido de 2006 a 2010. Com informações sociodemográficas e relacionadas à saúde em mãos, Jing Huang e sua equipe iniciaram os experimentos. 

Estudos em animais indicam que o ruído do trânsito pode desencadear incômodo e perturbar o sono, ativando o sistema autonômico e super produzindo hormônios do estresse.

“Não detectamos um limiar de ruído acima do qual o risco começasse a aumentar. O risco aumentou com níveis mais altos de ruído, começando na categoria mais baixa medida no estudo – de 10 decibéis”, disse para a CNN Internacional o pesquisador Kazem Rahimi.

A exposição crônica ao ruído do trânsito pode causar uma série de adaptações fisiopatológicas, como aumento da frequência cardíaca e elevação da pressão arterial. Também pode levar ao desenvolvimento de outros fatores de risco cardiovascular, como hiperglicemia, hipercolesterolemia e ativação do fator de coagulação sanguínea. “Essas alterações acabaram se manifestando como doenças cardiovasculares”, argumenta a pesquisa.