O policial que morreu no ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores do então presidente Donald Trump sofreu dois derrames cerebrais, segundo um relatório de autópsia divulgado nesta segunda-feira (19).

Brian Sicknick foi uma das cinco pessoas, e o único policial, que morreu em conexão direta com a revolta de 6 de janeiro, quando centenas de partidários de Trump invadiram a sede do Congresso em Washington com o objetivo de impedir a certificação da vitória eleitoral do presidente Joe Biden.

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Inicialmente, acreditava-se que Sicknick, de 42 anos, havia sido atingido por um extintor de incêndio. Relatórios posteriores relacionaram sua morte a produtos químicos como spray de pimenta ou para espantar ursos.

No entanto, de acordo com o gabinete do médico forense chefe da cidade de Washington, Francisco Diaz, a morte ocorreu por causas “naturais”.

Sicknick foi borrifado com uma substância química por volta das 14h20, durante os distúrbios. Às 22h, desmaiou no Capitólio e foi levado ao hospital. Ele faleceu quase 24 horas depois, enquanto estava internado. O relatório não estabeleceu qualquer ligação entre o spray e o colapso de Sicknick.

Diaz disse ao The Washington Post que não havia evidências de que o policial teve uma reação alérgica aos produtos químicos, nem exibiu quaisquer outras lesões internas ou externas. Porém, Díaz esclareceu que o ocorrido teve impacto na sua morte.

Em 15 de março, as autoridades dos EUA acusaram dois homens pelo incidente: Julian Khater, de 32 anos, e George Tanios, de 39. Eles enfrentam nove acusações, incluindo “agressão a um policial com uma arma perigosa”, mas não foram indiciados por homicídio culposo.

Acusado de “incitar a insurgência” contra a Câmara dos Representantes, Trump foi absolvido pelo Senado após um julgamento de impeachment em fevereiro.

Nos dias que se seguiram ao ataque, dois membros da Polícia do Capitólio cometeram suicídio.