Confrontos entre policiais e manifestantes explodiram neste sábado (12) durante protestos dos “coletes amarelos”, em Paris e em outras cidades da França, em um novo dia de mobilização nacional contra a política do governo de Emmanuel Macron.

Os protestos começaram de forma pacífica, em meio a uma forte mobilização policial, com manifestantes cantando o hino nacional e carregando cartazes com palavras de ordem como “o poder ao povo”, ou “Fora, Macron!”.

Os primeiros conflitos surgiram no início da tarde perto do Arco do Triunfo, em um dos extremos da avenida Champs-Elysées, em Paris. Confrontos com a polícia já haviam sido registrados nos últimos protestos na capital francesa.

Manifestantes lançaram pedras contra os gendarmes, que responderam com gás lacrimogêneo e jatos d’água.

“Viemos a Paris para nos fazermos ouvir”, disse à AFP Patrick, um manifestante de 37 anos, que viajou para a capital procedente da Saboia, no leste.

Cerca de 5.000 policiais do Batalhão de Choque foram mobilizados para atuar na capital, onde 59 pessoas tinham sido detidas esta manhã. Mais de 80 mil agentes foram mobilizados em toda França.

Por volta das 14h locais, pelo menos 32.000 manifestantes tinham ido às ruas em todo país, incluindo 8.000 em Paris, segundo números do Ministério do Interior. Nesse mesmo horário, foram 26.000 pessoas na semana passada.

– ‘Medidas concretas’ –

Milhares de manifestantes também protestaram em outras cidades da França, como Bourges (centro), onde 6.000 “coletes amarelos” se reuniram.

“Queremos demonstrar nossa unidade no coração da França”, afirmou Priscillia Ludosky, uma representante dos “coletes amarelos”.

Pelo menos 18 pessoas foram detidas à margem dos protestos. Houve confrontos entre manifestantes e policiais em uma rua comercial da cidade. As autoridades haviam proibido atos no centro histórico e fecharam museus, parques e prédios públicos.

Em Bordeaux, Toulouse, Nîmes, Lille e Nantes, milhares de pessoas também foram às ruas.

O comandante da polícia de Paris, Michel Delpuech, disse temer que os protestos deste sábado sejam “mais radicais” do que há uma semana.

“Observamos, semana após semana, uma tendência para um comportamento cada vez mais violento”, afirmou Delpuech, acrescentando que esses grupos têm os “lugares de poder” na mira.

“Os agitadores devem entender que não podem continuar tomando os habitantes dos centros urbanos como reféns”, declarou o secretário de Estado do Interior, Laurent Nuñez.

Há menos de 24 horas, o presidente Emmanuel Macron gerou uma nova polêmica, ao declarar que “os problemas, pelos quais nossa sociedade atravessa, se devem às vezes ao fato de muitos dos nossos concidadãos pensarem que podem conseguir” algo “sem esforço”.