A Polícia Civil procura o condutor do veículo que atropelou e arrastou o ciclista Gilmar Barbosa da Mata, de 45 anos, por mais de dois quilômetros na tarde de quarta-feira, 30, entre Osasco e São Paulo. Segundo o delegado titular do 91º Distrito Policial (Vila Leopoldina), Elder Hamilton Leal, a investigação procura imagens de câmeras de segurança e de monitoramento que possam ajudar a identificar a placa do carro, de modelo Renault Clio e cor preta.

O motorista deixou o local do incidente sem prestar socorro à vítima. “Peço a colaboração de todos: se alguém tiver alguma indicação, alguma informação, que ligue para o Disque Denúncia”, declarou o delegado à imprensa.

Segundo ele, o motorista deve responder por homicídio doloso, passível de pena de 12 a 30 anos de reclusão. “Fica caracterizado o dolo não pelo atropelamento em si, porque ele poderia ter parado logo em seguida e socorrido a vítima, como deve ser feito, mas não. Em vez disso, ele fez a fuga do local do acidente, o que caracteriza mais um crime, e ficou patente que ele teve a intenção do resultado assumido”, explicou.

O incidente ocorreu por volta das 17h50 de quarta-feira, entre a Avenida Nações Unidas, no bairro Bonfim, em Osasco, e o Complexo Viário Heróis de 1932, conhecido como Cebolão. Segundo o assistente de manutenção Lusimar Rodrigues Barbosa Júnior, de 23 anos, que acompanhava a vítima, ambos voltavam do trabalho em uma rede de hotéis no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, no momento do atropelamento.

Segundo o rapaz, eles atravessavam a avenida quando um veículo Renault Clio preto atingiu o pintor, que ficou um pouco para trás porque empurrava a bicicleta. Com o impacto, ele teria sido arremessado e caído no teto do carro, onde se segurou por mais de dois quilômetros até as proximidades do Complexo Viário Heróis de 1932, conhecido como Cebolão.

Natural de Boquira, na Bahia, a vítima trabalhava como pintor e morava em São Paulo havia cerca de 18 anos. Ele faria aniversário de 46 anos nesta sexta-feira, 1º. O incidente ocorreu no primeiro dia em que foi ao trabalho de bicicleta, pois costumava utilizar o próprio carro no trajeto.

De acordo com o irmão do ciclista, Nilton Barbosa da Mata, de 42 anos, ele havia se casado há cerca de 20 dias com a companheira com quem vivia. Ele era pai de dois jovens, de 14 e seis anos. “Foi uma tragédia”, resumiu.