A Polícia Civil prendeu na tarde desta quarta-feira, 10, o suspeito de ter vendido o revólver calibre 38 e parte das munições usada no massacre da Escola Raul Brasil, em Suzano, no mês passado, que terminou com a morte de oito vítimas e dos dois atiradores. Ele deve responder por homicídio com dolo eventual por ter presumido o risco de provocar as mortes.

Cristiano Cardias de Souza, o Cabelo, teve a prisão temporária decretada pela Justiça nesta semana. Policiais da delegacia de Suzano, responsável pela investigação do caso, fizeram campana na casa do suspeito, na área rural da cidade, e conseguiram capturá-lo nesta tarde. Não houve resistência.

Segundo as investigações, Souza teria negociado a venda do revólver, com a numeração raspada, e de munições com o menor G. T. M., de 17 anos, que liderou o ataque à escola. As conversas entre os dois ficaram gravadas em aplicativo de mensagem, analisadas pelos investigadores.

O próprio G. T. M. teria ido buscar o revólver. A principal hipótese é de que o outro atirador – Luiz Henrique de Castro, de 25 anos – tenha pagado pela arma, por ser o único a ter renda própria. Jardineiro, ele recebia cerca de R$ 1,5 mil por mês.

A Polícia Civil pediu a preventiva de Souza por crime de homicídio, que foi aceita pela Justiça. Para os investigadores, Souza assumiu o risco de provocar mortes ao vender uma arma de fogo ilegal, sem número de série e a um menor de idade.