A polícia americana ainda investiga se o saudita que matou três pessoas na última sexta-feira (6), ao abrir fogo em uma base militar na Flórida onde recebia formação, agiu sozinho ou teve ajuda de cúmplices.

“Vamos esclarecer isto”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dos jardins da Casa Branca.

“Tentamos investigar o que aconteceu, se se trata de uma pessoa ou de várias”, completou.

Integrante da Força Aérea Saudita, Mohamed al-Shamrani, de 21 anos, matou três pessoas e feriu outras sete na sexta, quando abriu fogo com uma arma leve em uma sala de aula da base aérea de Pensacola, antes de a polícia conseguir abatê-lo.

Antes do ataque, ele havia tuitado mensagens hostis aos Estados Unidos, de acordo com o grupo de vigilância de movimentos jihadistas SITE.

“Sou contra o mal e os Estados Unidos se tornaram em seu conjunto uma nação do mal”, escreveu o atacante, segundo o SITE.

Segundo o jornal “The New York Times”, que cita uma fonte anônima, seis cidadãos sauditas foram interrogados no local do ataque – entre eles, dois que filmaram os atos.

Uma autoridade americana ouvida pelo NYT garantiu que ele não tinha vínculos com grupos terroristas.

“As motivações do atirador ainda são desconhecidas”, indicou no Twitter a seção em Jacksonville da Polícia Federal Americana (FBI), que investiga o caso juntamente com uma unidade especializada em antiterrorismo.

De acordo com jornais americanos, os investigadores tentam provar se o autor do ataque publicou realmente as mensagens, nas quais citou Osama bin Laden, ex-líder do da rede Al-Qaeda, morto por militares americanos.

Quinze dos 19 pilotos que desviaram aviões e provocaram a morte de 3.000 pessoas nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos eram sauditas.

– Ajuda saudita para as famílias –

Depois de condenar esse tiroteio “atroz”, Riade buscou, no sábado, distanciar-se do agressor.

“Como muitos membros do Exército saudita, foi formado em uma base militar americano e nos beneficiamos desse treinamento (…) para combater o terrorismo e outras ameaças, junto com nossos aliados americanos”, tuitou ontem o vice-ministro da Defesa, príncipe Khaled bin Salman.

Trump, que conversou por telefone com o rei Salman sobre o incidente, declarou no sábado que os dirigentes sauditas estão “muito abalados” com o que aconteceu.

“Acredito que [os sauditas] ajudarão muito as famílias”, disse o presidente dos EUA.

Na sexta, o governador da Florida, Ron DeSantis, sugeriu que o reino saudita ofereça uma indenização para as vítimas.

“Obviamente, o governo da Arábia Saudita precisa aliviar [o sofrimento] estas vítimas. E acho que terão uma dívida aqui, já que [o agressor] é um dos seus cidadãos”, afirmou.