A Polícia Civil de Mato Grosso identificou nesta quarta-feira, 8, o homem que ateou fogo em uma caminhonete do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) na terça-feira, 7, no distrito da reserva extrativista de Guariba, no noroeste do Estado. Segundo as investigações, trata-se de um homem que teria se irritado após ser multado e ter um caminhão e uma pá carregadeira apreendidos e destruídos.

O veículo atingido pelo fogo era usado para transportar fiscais do Ibama em operação de fiscalização sobre a exploração e comércio ilegal de madeira e desmatamento na terra indígena Piripkura. Segundo o relato dos fiscais à polícia, quando o homem percebeu a presença da equipe abandonou o caminhão e a pá carregadeira e fugiu para a mata.

Impossibilitados de transportar os veículos apreendidos, os fiscais os destruíram. Na estrada, eles perceberam que estavam sendo seguidos pelo proprietário dos equipamentos apreendidos. Ele seguiu a equipe até o centro do distrito de Guariba, onde ateou fogo no carro enquanto os servidores almoçavam. Testemunhas presenciaram a ação. A madeira seria levada para a Vila Guatá, pertencente ao município de Colniza.

Após o incêndio, os fiscais registraram boletim de ocorrência na delegacia de Colniza e relataram o que aconteceu. O chefe da unidade técnica do Ibama em Juína, Evandro Carlos Selva, disse que aguarda as ações das autoridades para que o homem, que não teve o nome divulgado, seja responsabilizado. O homem continua foragido, segundo informou Selva.

Histórico

Este é o segundo ataque a órgãos ambientais federais em menos de duas semanas. No dia 28, as sedes do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além de vários carros e um barco, foram incendiados em Humaitá, no Amazonas, após ação de combate ao garimpo ilegal.

Mais de uma semana após o episódio, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Ibama que destrua todos os equipamentos de exploração mineral ilegal no Rio Jandiatuba, em São Paulo de Olivença, a 988 quilômetros a leste de Manaus.

O garimpo ilegal em terras indígenas próximas ao rio é acompanhado em operação do MPF com exército e Ibama, que identificou 16 dragas em funcionamento. Cinco foram localizadas e quatro destruídas; seis garimpeiros foram multados em aproximadamente R$ 1 milhão pela prática do crime.

Em Humaitá, a situação foi controlada após reunião no dia 30 de outubro na superintendência do Ibama, em Manaus, com vereadores do município e representantes de órgãos ambientais. Ainda não há denunciados.

Em julho, um caminhão-cegonha com oito carros do Ibama foi queimado na BR-163, em Altamira, no Pará. A área ficou no centro da polêmica sobre a Medida Provisória (MP) 756, que reduzia a Floresta Nacional de Jamanxim. Na época, manifestantes pró-MP faziam bloqueios na via.