Dois dias depois da morte de Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, durante operação das forças de segurança no Complexo da Maré, a Polícia Civil divulgou nota informando que está “empenhando todos os esforços” para esclarecer os fatos que resultaram na morte do adolescente. Marcos Vinicius estava indo para a escola quando a operação da polícia civil com apoio das forças armadas começou.

Ele decidiu voltar para casa, mas acabou sendo atingido por um tiro nas costas. Antes de morrer, ele falou para a mãe que o disparo que o atingiu tinha partido de um blindado.

“Todos os protocolos de investigação estão sendo rigorosamente adotados pela Delegacia de Homicídios da Capital, responsável pelo inquérito aberto para apurar o caso”, informou a nota. “A DH realizou perícia no local e já ouviu testemunhas que socorreram a vítima. Também prestaram depoimento policiais civis que participaram da operação (…).”

Parentes do menino já foram contatados e devem prestar depoimento ainda nesta sexta-feira, 22, ou, no máximo, na próxima segunda-feira. A polícia informou ainda que está prevista uma reprodução simulada, em data ainda não definida, “para ajudar a compreender a dinâmica do crime e definir de onde partiu o tiro que atingiu Marcos Vinícius”.

Uma prévia do laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que o tiro entrou pelo lado esquerdo das costas do menino e saiu pelo abdômen, em sentido horizontal, indicando inicialmente que o disparo foi feito por alguém que estava na mesma altura da vítima.

A informação é condizente com a do próprio Marcos Vinícius e de testemunhas que dizem que o tiro foi disparado por um blindado e não pelo helicóptero usado na operação.”O perito não pôde concluir se as lesões foram provocadas por projétil com alta energia cinética, o que facilitaria a identificação do tipo de arma usada”, informou a nota.

Durante a mesma operação foram mortos seis suspeitos, segundo a polícia, que teriam recebido os agentes a tiros. Nenhum policial ficou ferido. “Outro inquérito, também conduzido pela DH, apura as circunstâncias das mortes dos seis homens (…). Até o momento, foi apurado que um deles é o chefe do tráfico no Caju e outro estava com uma tornozeleira eletrônica. Com a quadrilha, foram apreendidos fuzis, pistolas e granadas.”

A Polícia Civil informou ainda que está elaborando um relatório da operação a ser enviado à Secretaria de Estado de Segurança.