As sedes do PT e do PCdoB foram alvos de uma operação das polícias militar e federal, que cumpriram mandado de busca e apreensão para recolher material de campanha com referências à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições 2018. O petista teve candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após ser condenado e preso na Lava Jato.

A reportagem teve acesso ao mandado, que foi emitido pela juíza Andréia Cristina de Miranda Costa, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). O tribunal afirma que a decisão atendeu um pedido da coligação do PSDB, que tem como candidato Antonio Anastasia. Os partidos desta chapa teriam indicado para a Justiça onde poderia ser encontrados os materiais.

Os demais partidos que compõe a coligação do PT em Minas, como o PSB, não foram alvos do mandado. PR e DC também estão na chapa.

De acordo com o TRE, foram recolhidos 20 caixas e pacotes contendo panfletos, adesivos e santinhos de candidatos com o nome do ex-presidente Lula como candidato à Presidência da República nas eleições 2018. Outros mandados ainda serão cumpridos, mas a Justiça eleitoral não informou em quais locais. Além de Belo Horizonte, as sedes dos partidos em Itaobim, na região do Vale do Jequitinhonha, também foram alvos da Operação.

Lula foi impedido de ser candidato no dia primeiro de setembro, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, o tribunal decretou que nenhum material de campanha poderia conter qualquer menção à candidatura do ex-presidente. No dia 11, o PT decidiu que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, seria o candidato do partido na disputa presidencial.

De acordo com a assessoria de imprensa do PCdoB, cerca de 20 policiais reviraram a sede, em busca de materiais de campanha de Lula. Tudo o que foi apreendido teria sido impresso antes da decisão do TSE. Na sede do PT, o que foi levado já estaria separado para ser levado para incineração.

A candidata a vice-governadora, Jô Moraes (PCdoB) na chapa do governador Fernando Pimentel, que tenta a reeleição pelo PT, classificou a situação como “atitude pequena” por parte do TRE-MG. “Não faz o menor sentido, é uma atitude que pode estimular a polarização mais do que pacificar. Não é isso que ameaça a legitimidade do voto”. Jô Moraes ainda afirmou que o partido havia se adequado às determinações da Justiça Eleitoral.

Por meio da assessoria de imprensa, o PT afirmou que os materiais foram impressos quando Lula ainda era candidato, “condição permitia ampla propaganda eleitoral com seu nome”. No entanto, a legenda afirmou que tem recomendado aos candidatos para ficarem atentos aos materiais de campanha.