Para ampliar a segurança, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), uma das principais faculdades da instituição, testa um novo sistema de câmeras. Os equipamentos, mais modernos, reconhecem rostos e até objetos na Cidade Universitária, na zona oeste da capital. O projeto-piloto é testado como pesquisa acadêmica da Poli, encabeçado pela pró-reitoria de Graduação e feito em parceria com a empresa chinesa Huawei. A expectativa é integrar o sistema às câmeras de todas as unidades do câmpus em dois anos, segundo o professor Moacyr Martucci Jr, responsável pela iniciativa.

A cada dois dias, a Cidade Universitária registra pelo menos um crime – foram 79 ocorrências até maio, segundo dados obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação.

“Estamos testando os algoritmos para ter certeza de que a identificação funciona – se não 100%, ao menos com um grande grau de certeza”, afirma Martucci. A ferramenta é capaz de detectar rostos. Depois de captadas as imagens, as informações são enviadas a um banco de dados em nuvem e cruzadas com o cadastro de alunos e funcionários. Se a pessoa estiver fora do banco, o sistema emite um alerta e envia uma foto para a segurança. Também poderá ser feito reconhecimento de veículos. Até agora o projeto já custou cerca de R$ 1,5 milhão. Se for estendido a todo o câmpus, estima Martucci, custará o triplo.

Funcionamento. O Estado acompanhou um teste com o equipamento. Três pessoas passaram em frente às câmeras, instaladas em um auditório da Poli e, em segundos, tiveram as imagens enviadas ao celular do representante da Huawei. As imagens podem chegar até por aplicativos de mensagens, como o Telegram. Alunos e funcionários que estiverem registrados na “nuvem” têm os dados da matrícula expostas na tela. Um dos problemas apontados até pela empresa é a velocidade de transmissão dos dados pela internet – em diversos momentos houve atraso entre o momento em que a foto foi tirada e o reconhecimento facial. Outra preocupação é com a qualidade das câmeras que serão usadas. Para o teste, foi instalada luz forte no ambiente.

A reitoria informou que o projeto “não será desenvolvido, por ora, no âmbito institucional”, por se tratar de uma pesquisa. Após assaltos e sequestros, a USP anunciou, em maio de 2015, que instalaria 638 câmeras nos câmpus do Butantã e da zona leste. Mas só 78 foram adquiridas até junho, indica planilha obtida pelo Estado. Outra medida de segurança foi parceria com o governo estadual, para elevar o efetivo de policiais militares no câmpus.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.