Um dos investidores mais poderosos do Vale do Silício, Shervin Pishevar, renunciou ao seu fundo de investimento nesta quinta-feira para se defender das acusações de assédio sexual, enquanto continua negando as acusações.

“Decidi por vontade própria acabar com a minha sociedade com a Sherpa Capital, em uma ação de efeito imediato”, anunciou Pishevar em comunicado.

O executivo anunciou na semana passada que tiraria uma licença temporária de todas as suas responsabilidades na Sherpa, que codirigiu, e da Virgin Hyperloop One, um projeto de trem de alta velocidade.

“Como era esperado, os ataques infundados vêm de pessoas que querem prejudicar a mim e a minha família (…). Continuaram inclusive depois do anúncio da minha licença”, escreveu.

“Me recuso a permitir que meu inimigos arrastem a minha família da Sherpa em sua briga comigo”, acrescentou.

Segundo a imprensa, Pishevar foi preso brevemente pela Polícia de Londres este ano depois de ser acusado de estupro, e foi liberado sem acusações. Desde então, se considera vítima de uma “campanha de difamação” e iniciou um processo legal.

No início de dezembro, cinco mulheres que mantêm o anonimato o acusaram na imprensa de tê-las agredido e assediado sexualmente no entorno profissional. Alguns dos supostos feitos datam de 2013.

Pishevar é considerado um dos investidores mais poderosos no setor tecnológico. Em particular, investiu precocemente em Uber e Airbnb, e cofundou a Hyperloop One.

O mundo do Vale do Silício foi acusado durante vários anos de sexismo e de fazer vista grossa ante o assédio sexual.

Inclusive antes do caso de Harvey Weinstein em outubro, ao menos dois “capitalistas de risco” tiveram que pedir demissão esse ano sob acusações deste tipo.