O sargento David Centeno e o cabo Fabio Dias foram indiciados pelo homicídio qualificado de Alexandre Santos Albuquerque e Júlio Cesar Ferreira de Jesus. As duas vítimas, supostamente autores de roubos na região, estavam deitados no chão, aparentemente feridos e imóveis, em frente à Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, em Acari, quando receberam dos PMs tiros à queima-roupa. No pátio da escola, a estudante Maria Eduarda Alves Ferreira, de 13 anos, também foi baleada e morreu. O inquérito desse crime permanece em aberto. As informações foram divulgadas pela GloboNews.

Um vídeo feito por testemunhas da operação policial mostrou o momento em que os dois homens foram executados. De acordo com a versão dos PMs, os suspeitos estariam armados e teriam esboçado reação. Os policiais teriam atirado para se proteger, porque teriam se sentido ameaçados. Mas as imagens mostram que os dois homens não se moveram. Centeno e Dias foram presos em flagrante após a divulgação das imagens.

Os PMs também são investigados pela morte de Maria Eduarda. O exame de balística mostrou que um dos tiros que atingiu a estudante partiu da arma de um dos policiais militares. A Polícia Civil também tem a informação de que o corpo da menina foi mudado de posição no pátio da escola. Maria Eduarda tinha cinco perfurações de tiros. A perícia mostrou que as grades da escola e o muro da instituição tinham perfurações. Um dos projéteis que atingiu a estudante atingiu primeiro uma grade.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) afirmou que vai se encontrar com a mãe de Maria Eduarda, Rosilene Ferreira, na manhã desta sexta-feira, 7. Ele disse que a sociedade também deve lamentar a morte de policiais, ao comentar o assassinato da menina.

“Acho que as pessoas têm que ter a mesma indignação quando morre um policial. Não é trivial chegar em 90 dias de governo e a gente ter mais de 50 policiais mortos”, afirmou. “Não são triviais esses atentados contra a polícia. É claro que eu lamento profundamente (a morte de Maria Eduarda). Estamos apurando todos os erros; se o policial errou, a Corregedoria vai puni-lo. Mas vamos esperar terminar todos os estudos, todos os trabalhos.”