O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil caiu a 36,0 pontos em abril, vindo de 48,4 pontos em março, na série com ajuste sazonal, informou nesta segunda-feira, 4, a IHS Markit. O nível é uma nova mínima histórica para o indicador.

A piora foi puxada tanto pelos efeitos diretos da pandemia de coronavírus, quanto pelas medidas de isolamento social adotadas para combater a propagação do vírus, segundo a IHS Markit. No mês, foram observadas contrações recorde nos volumes de produção e de novos pedidos, com o fechamento de empresas e a queda na demanda.

“Os volumes de produção e de novos pedidos caíram significativamente no período mais recente da pesquisa, com a retração sendo ainda mais severa do que a observada na crise financeira global e a pior desde o início da pesquisa, há mais de 14 anos. Como se não bastasse, as empresas também estão sendo atingidas por aumentos de custos causados pelo enfraquecimento do real em relação ao dólar americano”, afirma, em nota, o diretor de Economia a IHS Markit, Andrew Harker.

De acordo com a pesquisa, as empresas responderam à queda na demanda reduzindo o nível de empregos e a atividade de compra. O número de funcionários caiu no ritmo mais acentuado desde junho de 2016 e alguns entrevistados indicaram a tentativa de reduzir custos como motivo das demissões.

As empresas também citaram escassez de material e paralisação de fornecedores como razão das dificuldades de conseguir insumos. Os prazos de entrega se alongaram no segundo ritmo mais significativo da pesquisa até agora e, ao mesmo tempo, as empresas se mostraram relutantes em manter estoques.

“O grau de otimismo de que haverá uma rápida recuperação está se deteriorando, com as empresas começando a prever um longo e difícil caminho pela frente”, completa Harker.