Pelo menos uma pessoa morreu em função do temporal que atinge o Rio de Janeiro desde o início da noite desta segunda-feira (8), segundo informações da Polícia Militar. O corpo foi encontrado na rua Marquês de São Vicente, na Gávea (zona sul), mas até a meia-noite não havia a identificação da vítima nem as circunstâncias da morte. Nas redes sociais, pessoas relataram que se trata de um homem que estava na garupa de uma moto e tentava chegar a uma favela vizinha à Gávea, mas acabou derrubado da moto pela enxurrada.

A chuva também causou o desabamento de mais um trecho da ciclovia Tim Maia, projetada para ligar o Leblon, na zona sul, à Barra da Tijuca, na zona oeste, segundo mostraram imagens divulgadas pela TV Globo e em redes sociais. Mas até a meia-noite esse fato não havia sido confirmado pela prefeitura nem por nenhum outro órgão oficial. A chuva também alagou ruas, derrubou árvores e destruiu carros em vários bairros.

Em entrevista concedida à TV Globo antes da confirmação da morte de uma pessoa em função do temporal, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) classificou a chuva como “atípica” e informou ter havido um deslizamento na avenida Niemeyer, que liga o Leblon a São Conrado, na zona sul. A via tinha sido interditada antes e não houve feridos. Crivella elogiou a atuação dos agentes da prefeitura e disse que iriam trabalhar para que o trânsito pela cidade nesta terça-feira não fosse muito impactado. “A gente teve uma chuva forte de 152 milímetros nas últimas quatro horas na Rocinha e 162 milímetros em Copacabana. Essa é uma chuva completamente atípica. A gente sempre tem previsão de chuva forte, mas não assim com esse dobro de intensidade que é a média do mês de abril inteiro”, afirmou o prefeito.

O Rio entrou em estágio de atenção às 18h35 e, às 20h55, passou para o estágio de crise – o mais grave de três níveis de risco, segundo a escala usada pela prefeitura. Segundo a administração, em quatro horas choveu mais do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando a chuva causou a morte de seis pessoas. Até a meia-noite, a Defesa Civil havia acionado 39 sirenes em 20 comunidades. Bombeiros tinham recorrido a botes para retirar alunos de uma escola na Gávea. Ainda na zona sul, Botafogo e Laranjeiras registraram dezenas de alagamentos. Na zona norte, o rio Maracanã transbordou.

Nas primeiras horas da chuva, o bairro mais afetado era o Jardim Botânico, na zona sul, onde em quatro horas choveu 155,4 milímetros, mais que o esperado em todo o mês de abri (136 milímetros), segundo a prefeitura do Rio. O segundo bairro onde mais havia chovido era o Alto da Boa Vista, na zona norte, onde havia chovido 102,6 milímetros – a média para todo o mês é de 193,8 milímetros. Os outros bairros mais atingidos nessas primeiras horas foram Copacabana, Rocinha (ambos na zona sul) e Tijuca (zona norte).

Ao longo da noite a chuva passou a ser mais intensa na zona oeste. À meia-noite, a chuva mais forte era registrada em Sepetiba e Santa Cruz, dois bairros dessa região. Mas ainda chovia forte em bairros das zonas sul, como a Rocinha e o Vidigal, e norte, como Alto da Boa Vista.

A previsão do sistema Alerta Rio é de que a chuva continue durante esta terça-feira, com intensidade variável.