Quatro integrantes do Sindicato dos Operários Portuários de Santos e Região (Sintraport) foram agredidos por policiais militares nesta sexta-feira, 28, em frente à sede da entidade, na região central da cidade. Eles retornavam da manifestação promovida pela categoria durante a manhã contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas e contra a lei da terceirização.

Um dos sindicalistas agredidos foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santos com um ferimento no rosto. Três funcionários do Sintraport foram levados ao 1º DP de Santos e liberados em seguida. A Polícia Militar informou que está analisando o caso.

O Sintraport pretende processar os integrantes do Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (BAEP). A sede do sindicato fica na Rua General Câmara, nº 258. Câmeras de segurança próximas registraram a ação e os vídeos foram publicados no Youtube.

Nas gravações é possível verificar que os portuários caminhavam sozinhos quando três viaturas passam pela rua. Na sequência, um policial desfere vários golpes de cassetete contra um homem uniformizado que passa pelo local. Outro policial persegue uma pessoa enquanto mais dois operários correm para dentro do sindicato. Um dos PMs aponta um espingarda em direção a outro homem uniformizado. Ainda é possível ver o quarto portuário correndo pela calçada, passando a mão na cabeça, quando um policial o agride mais duas vezes.

Os protestos desta sexta-feira começaram cedo na Baixada Santista. A cidades de Santos, São Vicente e Cubatão amanheceram sem transporte coletivo e sem coleta de lixo. Manifestantes ocuparam nas ruas desde 4h. Em Santos, a avenida da orla foi bloqueada e o trânsito ficou parado em diversos pontos, nos dois sentidos. Na entrada da cidade, a Avenida Martins Fontes foi fechada com o uso de pneus e fogo. O bloqueio afetou o tráfego na Rodovia Anchieta.

Segundo a Codesp (Companhia Docas do Estado de SP), que administra o Porto de Santos, o corredor de exportação de grãos da Ponta da Praia teve as operações paralisadas, assim como o Terminal Termag.

Um estivador ficou ferido durante manifestação promovida por trabalhadores em frente ao Ecoporto, na Praça da Fome e na Avenida Antônio Prado, que foram bloqueadas com pneus queimados. O grupo também usou faixas e cartazes e fez passeata na Avenida Perimetral.

Durante a manhã, manifestantes se concentraram próximo ao Armazém I (externo) e interromperam o movimento de caminhões que seguiam ao cais. Na margem esquerda do Porto (Guarujá), o tráfego de caminhões na Rodovia Cônego Domênico Rangoni foi interditado entre 5h30 e 7h. Em Cubatão, o tráfego ficou parado entre os kms 268 e 269. Manifestantes furaram pneus de caminhões.