Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – O plantio de soja alcançou 81% da área projetada para a safra 2022/23 no Rio Grande do Sul, avanço de 8 pontos percentuais na semana e com atraso comparado a anos anteriores, em meio à seca em algumas regiões que também tem postergado a semeadura do milho verão, disse nesta quinta-feira a Emater-RS.

No mesmo período do ano passado, o plantio de soja estava em 86% e a média histórica para esta época do ano é de 88%, conforme dados da empresa de assistência técnica e extensão rural.

“Em locais onde as precipitações não foram capazes de repor o teor de umidade nos solos, a operação permaneceu suspensa. Já onde as chuvas foram satisfatórias, foi dado o prosseguimento”, afirmou a Emater em relatório semanal.

Segundo a empresa, as lavouras de soja ainda em fases inicias de desenvolvimento que receberam chuvas nos últimos dias apresentaram melhora, mas onde as precipitações não vieram ou foram insuficientes, as plantas mostram sintomas de déficit hídrico.

“É necessária uma reposição, através de precipitações ou irrigações, numa periodicidade no mínimo semanal, para a correta evolução de ciclo da cultura e para a manutenção do seu potencial produtivo”, alertou.

Para o milho, a semeadura caminha lenta tanto pelo período seco quanto pela priorização dos produtores para a atividade na soja, ou ainda por escalonamento de plantio, visando diminuir os riscos climáticos.

Com isso, os trabalhos avançaram somente quatro pontos na semana, para 88%, versus 90% um ano antes e 91% na média histórica.

“Há alta demanda por água, e o tempo seco compromete o potencial produtivo”, disse a Emater sobre as lavouras do cereal.

Mais cedo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu sua projeção para a produção de milho no Brasil em 2022/23 em função do clima irregular no Rio Grande do Sul, apesar de ainda projetar um recorde de 125,83 milhões de toneladas.

Segundo a estatal, a safra de milho gaúcha está agora estimada em 5,13 milhões de toneladas, versus 5,83 milhões na previsão de novembro.

Ainda segundo a Emater, a Estado alcançou colheita de 98% das áreas de trigo, contra 85% na semana passada. Os trabalhos estão atrasados em relação à média, em que já estariam concluídos, mas há “excelentes resultados produtivos” em volume e em qualidade.

“São pontuais os casos de produções insatisfatórias, especialmente associados a algumas condições extremas, como geadas, granizos ou excesso de chuvas”, acrescentou.

(Reportagem de Nayara Figueiredo)

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