São Paulo, 23 – A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou no lançamento do Plano Safra 2021/22 que o ministério voltou a priorizar a agricultura familiar e os investimentos na agricultura de baixo carbono. “Esse Plano (Safra 2021/22) vem pincelado de verde”, disse. “O Plano 2021/22 dá condições ao setor para se manter o mais dinâmico da economia”, continuou. A cerimônia de lançamento do Plano Safra 2021/22 ocorreu nesta terça-feira (22) no Palácio do Planalto, em Brasília.

Tereza Cristina chamou a atenção para o trabalho do ministério de “multiplicar” mecanismos de financiamento do setor privado. “Foi fundamental aprovação da MP do Agro, do Fiagro e muitas outras medidas”, afirmou a ministra. Segundo ela, o estoque de Cédulas de Produto Rural (CPR), título pelo qual são concedidos recursos com taxas de juros de mercado, passou de R$ 17 bilhões para R$ 53 bilhões em um ano. Além disso, o estoque de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) está próximo de R$ 55 bilhões, conforme a ministra. “É mais de 50% acima do estoque de 2018, quando aqui chegamos, em 2019”, pontuou.

Tereza Cristina comentou que a área agropecuária segurada mais do que dobrou no atual governo, chegando atualmente a 193 mil apólices e R$ 45 bilhões em valores segurados. Tereza Cristina agradeceu pelos R$ 13 bilhões de aporte do Tesouro Nacional para equalização de taxas de juros, mas comentou que “poderiam ser os R$ 15 bilhões”. Sobre os recursos para subvenção ao seguro rural, a ministra afirmou que vai “trabalhar para conseguir mais um dinheiro”. “Não estou conformada com os números (de volume destinado ao programa de subvenção) do seguro rural, precisamos avançar”, salientou.

A ministra ressaltou quatro pilares de trabalho da pasta, que são a regularização fundiária, a sustentabilidade, a inclusão produtiva e o acesso a mercados. Sobre o primeiro ponto, afirmou que o País superou “a marca de 200 mil títulos fundiários” nos dois primeiros anos do governo e que, até o fim de 2022, o objetivo é atingir cerca de 450 mil títulos fundiários. “Avançamos muito com o Analisa CAR, para apoiar Estados na análise da recuperação ambiental, e chegaremos a cerca de 50% dos mais de 7 milhões de cadastros declarados no Sicar até fim de 2022”, comentou.

Sobre a agricultura familiar e a inclusão, Tereza Cristina informou que o montante de crédito concedido a estes produtores aumentou 27% desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro. No ano passado, conforme a ministra, produtores indígenas passaram a acessar o Pronaf. Ela enfatizou ainda o avanço em acesso a novos mercados consumidores de produtos agrícolas brasileiros.

“Nosso governo também vem buscando a diversificação de produtos e mercados. Abrimos 145 novos mercados e aumentamos a participação do agro nas exportações totais brasileiras, de 42% no fim de 2018 para 48% em 2020”, afirmou a ministra.

Outro ponto destacado pela ministra foi a conquista recente de mais seis Estados brasileiros do reconhecimento como zona livre de aftosa sem vacinação. “Nossa meta é que em 2026 o Brasil inteiro seja reconhecido como zona livre de aftosa sem vacinação”, concluiu.

Financiamento

O presidente do Banco do Brasil (BB), Fausto Ribeiro, afirmou que o banco aplicou R$ 115 bilhões no financiamento do agronegócio brasileiro no Plano Safra 2020/21, que se encerrará no próximo dia 30. “(Este valor) foi recorde, nos fazendo alcançar a marca histórica de R$ 200 bilhões de portfólio do agronegócio. Fizemos o maior desembolso da história do banco em um Plano Safra, demonstrando a confiança e o compromisso com agronegócio brasileiro”, disse Ribeiro, durante a cerimônia de lançamento do Plano Safra 2021/22.

Ele destacou que o banco desembolsou valores recordes ao setor em abril, maio e junho. “Atingimos os melhores desempenhos de contratação da história do Banco do Brasil”, confirmou. Segundo Ribeiro, 5.398 mil municípios brasileiros foram alcançados pelos recursos desembolsados pelo banco na safra 2020/21, atendendo aos produtores familiares, médios e a cooperativas rurais. “Alcançamos saldo de R$ 46 bilhões no Pronaf (programa destinado à agricultura familiar), que tem como objetivo inclusão social do campo, e financiamos mais de R$ 1,6 bilhão no programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), alcançando 72% de participação do sistema financeiro”, apontou o presidente do Banco do Brasil.

Ribeiro também destacou que o banco desembolsou R$ 24,3 bilhões em operações de investimento com financiamento de máquinas e equipamentos e soluções de agricultura de precisão. “Financiamos mais de 48 mil itens em máquinas e equipamentos, e, destes, mais de 12 mil tratores e 3 mil colheitadeiras”, disse.

Sobre o ciclo 2021/22, que se inicia em 1º de julho, Ribeiro disse que o banco prioriza atender a todos os produtores, democratizando o crédito. “Vamos continuar investindo no fortalecimento da relação com o produtor rural com soluções digitais, integração da cadeia de valor e mercado de capitais. Tenho certeza de que estamos começando mais um ciclo de recordes com mais recursos, mais produção, mais exportações e mais sustentabilidade”, concluiu.