Cálculo feito pela equipe de cientistas liderada por Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e por Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostra que o reajuste de planos de saúde de até 15,5% autorizado dia 27 de maio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) — taxa recorde desde 2000 — pode superar 40% para os clientes dos convênios médicos, no fim das contas. Isso ocorre porque as operadoras são autorizadas a elevar as mensalidades quando há transição de faixa etária. A média calculada com base em 3,5 mil planos, de 468 operadores, aponta que a alta pode chegar a 43,1% para aqueles que “migraram” da faixa etária de 54 a 58 anos para a de 59 anos. Pelas regras da ANS, são dez grupos etários, cuja transição dá direito à operadora fazer a variação do preço. Para crianças e adolescentes, o reajuste é de 15,5%. Para os outros grupos variam de 25,3% (34 a 38 anos) a 43,1% (59 anos ou mais).

PNAD
Desemprego cai, mas ainda não ajudará na reeleição

Willian Moreira

Na terça-feira (31), o IBGE divulgou os resultados da PNAD Contínua do trimestre móvel encerrado em abril. A taxa de desemprego no Brasil recuou para 10,5% — redução de 0,7 ponto porcentual em relação ao trimestre terminado em março e de expressivos 4,3 pontos quando comparada ao mesmo período de 2021. O número de pessoas ocupadas (96,5 milhões) é recorde na série histórica iniciada em 2012, sendo 35,2 milhões delas com carteira assinada. Por que tudo isso ainda não vira boa notícia? Primeiro porque nominalmente a quantidade de gente desempregada continua assustadora: 11,3 milhões. Em segundo, porque parte majoritária de quem está ocupado se encontra no pior dos mundos, a informalidade. São 38,7 milhões nessa condição, ou 40,1% do total de trabalhadores ocupados. Em terceiro, porque o rendimento médio de R$ 2.569 está 7,9% menor do que há um ano. Por fim, porque a inflação acima de dois dígitos devora a renda e a capacidade de solvência da maioria, especialmente de quem está na parte de baixo da pirâmide.

US$ 248 milhões arrecadação de Top Gun: Maverick no primeiro fim de semana de exibição – metade do valor foi feito no mercado doméstico dos Estados Unidos, tornando o longa-metragem a melhor estreia da carreira do ator Tom Cruise . 

SAÚDE
Covid: avanços não significam vitórias

Na terça-feira (31), o Comitê da Covid do governo paulista decidiu voltar a recomendar que o uso de máscaras no estado em locais fechados. A decisão se deu pelo aumento de 120% das internações pela doença em maio. O governador Rodrigo Garcia preferiu não pegar a bomba de obrigar o uso novamente tão perto de eleições. A bola foi passada para as prefeituras decidirem — estupidez que pode fazer o morador de uma cidade ser obrigado a usar máscara num supermercado e ao se deslocar para o bar de uma cidade vizinha isso não ser obrigatório. A prefeitura da capital não havia decidido pela volta da proibição até a quarta-feira (1). O Brasil fechou o mês de maio com 85,3% da população tendo tomado ao menos uma dose e 77,3% com o primeiro ciclo vacinal completo. Mais de 666 mil brasileiros morreram de Covid.

ECONOMIA
Inflação alemã bate recorde

Frank Hoermann / Sven Simon

Tem quase meio século que a taxa de inflação da Alemanha não chegava a tanto. Em maio, a alta foi de 7,9% sobre o mesmo mês de 2021, segundo dados preliminares divulgados segunda-feira (30) pela Destatis. O índice oficial será anunciado dia 14 de junho. Pelos valores harmonizados (para tornar os preços comparáveis a outros países da Europa) a variação foi ainda maior, de +8,7%. É a maior taxa no país em 48 anos, desde 1974, na primeira crise do petróleo. A agência de estatísticas federal apontou a guerra na Ucrânia e o aumento dos preços da energia (38,3%) como os motores da alta. No item Alimentos, a elevação foi de 11,1%. O resultado deve pressionar o Banco Central Europeu a promover um aumento de 0,5 ponto porcentual na taxa de juros em julho.

VOTAVA

“Não acho exagero dizer que a história é em grande parte uma história de inflação. São geralmente inflações projetadas por governos para o ganho de governos” Friedrich von Hayek (1899-1992) economista austríaco.

FGTS
Injeção monetária perto do fim

Termina na quarta-feira (15) o prazo de retirada de R$ 1 mil das contas do FGTS. O calendário de alívio monetário movimentará ao todo cerca de R$ 30 bilhões para cerca de 42 milhões de pessoas com contas ativas. Esse dinheiro ajudou levemente a injetar recursos num país endividado, mas não suficiente para ajudar a impulsionar a intenção de voto do presidente JB. Os recursos podem ser utilizados até dezembro, mas o grosso do efeito se encerra agora.

MUNDO
China faz mais testes militares sobre Taiwan

Há um tigre solto. Você diria que é uma boa ideia dar um susto nele? Talvez Joe Biden queira apenas testar a reação do tigre. Depois de afirmar (segunda-feira, 23) que os Estados Unidos intervirão militarmente se a China tentar tomar Taiwan à força, os chineses realizaram dois dias de testes e exercícios militares junto ao país. A profissional e eficiente diplomacia americana até tentou minimizar os comentários de seu presidente, afirmando que a política de Washington sobre o tema não mudou. O problema é que se trata, como na maioria das vezes no mundo diplomático, de um comportamento ambíguo: os EUA concordam com a ideia de uma só China, da qual Taiwan faria parte, mas numa junção pacífica e não à força. Dizer que defenderá militarmente o país serviu para que a China fizesse em cinco dias dois exercícios militares. Na quarta-feira (25) e na segunda-feira (30). Neste último, 30 aviões (22 caças além de espaçonaves para ações antissubmarinas) invadiram o espaço aéreo da ilha, obrigando Taiwan a enviar aviões de combate para alertas aos chineses.

PORCENTUAL DE ENERGIA SOLAR & EÓLICA POR PAÍS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE ENERGIA GERADA

Dados divulgados pela Ember, uma think tank de energia, mostram que 2021 fechou como o primeiro ano da história em que a energia solar & eólica quebrou a barreira de dois dígitos: responderam por 10,3% da eletricidade gerada globalmente — dobrando a participação em relação a 2015, quando foi
assinado o Acordo de Paris. A Europa lidera o ranking porcentual sobre a energia produzida em cada país (que incluem ainda a carvão, gás e hidrelétrica).