A Enel anunciou nesta terça-feira, 5, que pretende realizar investimentos de US$ 900 milhões na Eletropaulo no período entre 2019 e 2021. O montante corresponde a um aporte anual de US$ 300 milhões, acima dos US$ 224 milhões realizado nos últimos anos pela atual administração da companhia.

O anúncio foi feito a jornalistas pelo presidente da Enel Brasil, Carlo Zorzoli, em suas primeiras declarações após a empresa ter acertado a compra do controle da distribuidora paulista, o que foi feito na tarde de segunda-feira por meio de um leilão no âmbito da oferta pública voluntária de ações.

A operação resultou na compra de 122,799 milhões de ações, o que corresponde a 73,4% do capital social da Eletropaulo.

A Enel ofereceu R$ 45,22 por ação da distribuidora e a OPA resultou no desembolso de R$ 5,553 bilhões. Zorzoli lembrou, porém, que os acionistas remanescentes têm até 4 de julho para vender suas ações, nas mesmas condições, portanto o montante final pode aumentar.

Ele explicou que os investimentos serão focados em manutenção, melhoria da qualidade dos serviços e novas conexões. “Vamos trazer inovação, digitalização e melhora da confiabilidade do serviço para melhorar a eficiência e qualidade de serviço”, disse o executivo, citando que a Enel tem um papel de liderança em termos na digitalização no mundo e na Itália o grupo está implantando sua segunda geração de digitalização.

Para a nova controladora, a Eletropaulo não realizou nos últimos anos os investimentos em um ritmo necessário, o que prejudicou a qualidade dos serviços e levou a queda dos indicadores. Zorzoli lembrou que no último ano, após um plano de melhorias, a Eletropaulo conseguiu melhorar alguns de seus indicadores, mas considerou que ainda há muito trabalho a fazer.

Questionado sobre o potencial impacto desses investimentos adicionais na tarifa, Zorzoli lembrou que apenas 20% da conta de luz se refere aos serviços de distribuição, mas admitiu que o plano de investimentos deve influenciar na tarifa no futuro.

Ele explicou, porém, que investimentos serão considerados, quando concluídos, na base de remuneração regulatória da distribuidora, o que só ocorre a cada quatro anos, nas revisões tarifárias.

A próxima está marcada para 2019, mas Zorzoli considerou que “a maior parte dos investimentos” que influenciará no estabelecimento das tarifas do ano que vem já foram realizados.