Por Dave Graham e Matt Spetalnick e Daina Beth Solomon

LOS ANGELES (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, inicia uma cúpula nesta quarta-feira que foi concebida como uma plataforma para mostrar a liderança dos EUA na retomada das economias latino-americanas e no enfrentamento de pressões imigratórias, mas acabou prejudicada pela discórdia sobre a lista de convidados.

O plano de Biden de revelar um pacote para estimular a recuperação na América Latina, ajudar a conter a crescente imigração e combater a influência econômica regional da China foi afetado por um boicote parcial de líderes insatisfeitos com a decisão de Washington de excluir Cuba, Venezuela e Nicarágua da cúpula.

Autoridades dos EUA esperam que a Cúpula das Américas em Los Angeles e uma reunião paralela de importantes executivos possam abrir caminho para uma maior cooperação econômica na região, à medida que os países trabalham, em meio à alta na inflação, para aproximar as cadeias de suprimentos.

“É muito melhor para nós… ter uma cadeia de suprimentos aqui nas Américas do que depender de uma cadeia de suprimentos que vem da China”, disse o embaixador dos EUA no México, Ken Salazar, à Reuters durante a cúpula.

Buscando apresentar alternativas à China, autoridades dos EUA disseram que Biden apresentará uma “Parceria das Américas” na quarta-feira para acelerar a recuperação da pandemia, aproveitando os acordos comerciais existentes.

O governo Biden classificou a cúpula como uma oportunidade para os Estados Unidos reafirmarem seu compromisso com a América Latina após anos de negligência comparativa sob seu antecessor republicano Donald Trump.

Mas as tensões têm perseguido os preparativos.

As rachaduras diplomáticas se abriram esta semana quando Washington optou por não convidar Cuba, Venezuela e Nicarágua, argumentando que seu histórico em direitos humanos e democracia tornava isso impossível.

Rejeitado em sua exigência de que todos os países fossem convidados, o presidente do México disse que ficaria fora, desviando a atenção dos objetivos de Biden e para as divisões regionais.

Os líderes de Guatemala e Honduras, dois dos países que mais enviam imigrantes para os EUA, também disseram que não iriam, prejudicando os esforços de autoridades de Biden para elaborar uma “declaração” sobre planos conjuntos para enfrentar o fenômeno.

Ainda assim, estarão presentes líderes de mais de 20 países da região, inclusive do Canadá, Brasil e Argentina, segundo os organizadores.

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