D esde adolescente, Brandon Crozier é apaixonado por carros, em especial da marca Porsche. Sócio e proprietário do Grupo Cantagalo General Grains (CGG), empresa que atua na comercialização e logística de commodities agrícolas, ele faz parte de um seleto grupo de colecionadores de automóveis de luxo. Brandon não revela quantos tem na garagem, mas foi a dificuldade em fazer a manutenção desses veículos que o levou a abrir o Flacht Mortosport & Classic Center, em sociedade com dois amigos: o piloto Ricardo Landi e a empresária Claudiene Brito. A oficina-boutique fica nos Jardins, em São Paulo, e atende a um seleto grupo de proprietários de um dos superesportivos da marca de origem austríaca e hoje sediada na Alemanha.
“A ideia inicial era criar um espaço para cuidar só dos veículos dele e dos amigos colecionadores”, diz Ricardo Landi, sobrinho-neto do primeiro piloto brasileiro a correr na Fórmula 1, Chico Landi. “Mas a demanda fez a ideia evoluir para o que o Flacht é hoje.”

THIAGO BERNARDES

A arquitetura desse “clubinho” não lembra nem de longe uma oficina mecânica. Na parte de cima, ainda funciona, de terça a domingo, o restaurante “911”, com cardápio assinado por Daniela Malavasi, ex-chef do restaurante italiano Vito, na Vila Madalena, também em São Paulo. “É um espaço pensado para fazer o cliente se sentir confortável, em casa mesmo”, diz Brandon, que trouxe ao Brasil o conceito de associar oficina a lifestyle, algo bastante comum nos Estados Unidos, na Europa e nos Emirados Árabes.

Para além do glamour, o objetivo do Flacht é oferecer um serviço mecânico competente e, sobretudo, rápido. Um pitstop para bacanas. “As oficinas demoram semanas para resolver um problema pequeno. Aqui, no mesmo dia o proprietário sai com o carro”, garante Brandon.

O local possui um sistema robotizado de troca de pneus que muda as quatro rodas em 16 minutos — em outros lugares, o serviço pode demorar até duas horas. Embora a oficina só atenda Porsches, esse sistema de troca de pneus, que é único no Brasil, e o serviço de alinhamento de rodas estão disponíveis para outras marcas premium, como Jaguar, Ferrari e Lamborghini.

THIAGO BERNARDES

Os três sócios estimam atender a uma média de 80 carros por mês. Essa expectativa se justifica pelo alto crescimento das vendas de Porsche no País. Nos primeiros nove meses deste ano, a marca registrou a negociação de 1,1 mil unidades, um aumento de 30% em relação ao mesmo período de 2017. “O Brasil está entre os países com o maior crescimento percentual do mundo”, declarou Werner Schaal, Diretor de Vendas da Porsche Brasil. Os modelos Macan, Cayenne e 911 são os mais procurados, mas a companhia registra aumento de 205% na procura do Panamera e de 190% do 718 Cayman.

A oficina é um “teste de conceito”, como dizem os empresários. Ainda que eles não tenham planos de expansão para outras regiões do País, caso a demanda de 80 carros por mês seja superada, outras cidades poderão receber filiais da oficina de luxo. Basta a frota local de Porsches justificar o investimento.