SÃO PAULO (Reuters) – A maior parte da deterioração da qualidade da carteira de crédito do Inter já aconteceu e a tendência nos próximos trimestres é de estabilização do índice de atrasos, disse nesta terça-feira o presidente-executivo da companhia, João Vítor Menin.

“O pior em termos da atrasos já passou”, disse Menin em entrevista à Reuters por telefone.

O Inter anunciou na noite de segunda-feira que o índice de inadimplência acima de 90 dias foi de 3,9% no segundo trimestre, ante 3,5% no fim de março e 3% em dezembro de 2021.

Em relatório, analistas do Citi afirmaram acreditar que o forte crescimento da carteira de cartões de crédito deve continuar levando a uma maior inadimplência e, consequentemente, maior custo de risco, postergando uma potencial melhora na rentabilidade do banco.

E o UBS BB disse que o Inter entregou um resultado com lucro modesto e tendências operacionais divergentes, com expansão decente da receita, mas deterioração da qualidade dos ativos.

“Em cartão de crédito temos sido mais conservadores e trabalhado mais a cobrança”, acrescentou o executivo.

Às 14:02 (horário de Brasília), a ação do Inter listada na Nasdaq tinha valorização de 8,6%.

Segundo Menin, embora a combinação de juros e inflação altos no Brasil sigam “ainda pesando na capacidade de consumo, com as pessoas gastando mais com serviços, a tendência é positiva para o crescimento das vendas no portal de comércio eletrônico da companhia no segundo semestre, o que deve contribuir para sustentar os níveis de rentabilidade da empresa.

O Inter teve lucro líquido de 16 milhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo de 30 milhões no mesmo período de 2021.

(Por Aluísio Alves)

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