Ele é o maior acionista da grife Gucci, proprietário da casa de leilões Christie?s, de Londres, dono das lojas Printemps e FNAC, com filiais em vários países (inclusive no Brasil), e controla a produção do Chateau Latour, um dos seis vinhos mais caros da França. François Pinault, 65 anos, é um dos magnatas que se especializaram em vender produtos de luxo ? um mercado cada vez mais gordo, em todo o mundo (no Brasil, transformou o falido Shopping Ática em FNAC, que se recupera gradualmente). Pinault acumulou uma fortuna que chega a US$ 17 bilhões. Agora, esse patrimônio sofre um bombardeio. Figura polêmica, uma espécie de Ricardo Mansur da França, ele está sendo processado por irregularidades em seus negócios nos Estados Unidos, Holanda, França e Itália. Nos EUA, está envolvido num escândalo financeiro. A holding que controla seus negócios, a Artemis, participou da compra da Executive Life Insurance, uma empresa de seguros da Califórnia que havia quebrado. A compra foi feita em conjunto com o Crédit Lyonnais, um banco estatal que está envolvido em denúncias de malversação de bilhões de dólares. Segundo as acusações dos promotores americanos, Pinault lucrou US$ 2 bilhões comprando papéis da Executive e revendendo-os logo adiante. No processo, teria praticado várias formas de fraude e violado as regulamentações bancárias americanas. Os acusadores querem que o milionário devolva o que lucrou com o negócio e ainda pague uma multa em valor a ser estipulado pelo juiz. Não é a única preocupação do francês. Na Holanda e na Itália, ele está sendo acusado de lesar os acionistas minoritários durante a operação de compra da Gucci. Pela lei dos dois países, ele pode ter de desfazer o negócio e pagar uma multa pesadíssima. Na França, o Ministério Público está investigando acusações de fraudes financeiras cometida por uma empresa de Pinault que produz móveis. Talvez o copo de Chateau Latour que Pinault toma antes de se deitar não seja mais suficiente para acalmá-lo.