Após um tombo histórico no segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos tomou caminho inverso e alcançou recuperação recorde de 33,1% no terceiro trimestre deste ano, segundo comunicado do Departamento do Comércio nesta quinta-feira (29). Apesar do dado animador, a economia norte-americana não está completamente restabelecida do furacão gerado no primeiros meses da pandemia da covid-19 e ainda passa por uma forte depressão.

A primeira leitura do PIB trimestral indicou que houve uma recuperação, em dados anualizados, de 33,1%, ante contração recorde de 31,4% no 2° trimestre deste ano. Os dois dados representam os números mais baixos e mais altos já registrados pelo governo norte-americano desde que o acompanhamento teve início em 1947.

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A metodologia usada no PIB dos Estados Unidos é diferente da usada no Brasil e em outros países. O IBGE, órgão responsável pelos cálculos do mercado doméstico, divulga o crescimento trimestral em relação ao trimestre anterior e também em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos EUA a taxa é anualizada, pressupondo que a taxa de crescimento de um trimestre para o outro continuará por um ano inteiro.

Na prática, e comparando com a métrica adotada pelo Brasil, por exemplo, o PIB dos EUA cresceu 7,4% do segundo para o terceiro trimestre, em comparação com uma queda de 9% entre o primeiro e o segundo trimestre.

Se o resultado do período for comparado com o terceiro trimestre de 2019, o PIB contraiu 2,9%. A situação vai piorando conforme a comparação avança: em relação ao quarto trimestre pré-pandemia a queda atual é de 3,5%.

Neste gráfico é possível ver como foi a queda do trimestre passado e a recuperação no atual
Neste gráfico é possível ver como foi a queda do trimestre passado e a recuperação no atual (Crédito:Departamento do Comércio dos EUA)

Ainda assim, os 33,1% de recuperação do terceiro trimestre refletem aumentos nos gastos do consumidor, estoque, investimento, exportações, investimento empresarial e investimento em habitação, de acordo com o escritório oficial de estatísticas (BEA).

No caso dos gastos do consumidor, os responsáveis foram o setor de serviços (com alta nos gastos com cuidados de saúde) e bens (liderado por veículos motorizados e peças).