O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, na denúncia oferecida no Supremo Tribunal Federal (STF), que seja aplicada uma multa de R$ 6 milhões ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e sua irmã Andrea Neves por danos morais e materiais.

Na denúncia, Aécio e Andrea são acusados de corrupção passiva. O tucano também foi denunciado por obstrução de Justiça.

Na peça, Janot diz que Aécio usou o cargo de senador para solicitar “recebimento de vantagem indevida de R$ 2 milhões” e que o empresário Joesley Batista, dono da JBS, teria um “histórico de pagamento de vantagens indevidas” ao tucano.

A “vantagem indevida” teria sido paga em quatro parcelas de R$ 500 mil nos dias 05, 12 e 19 de abril e 03 de maio ao primo de Aécio, Frederico Pacheco, e ao assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), Mendherson Souza Lima.

A PGR também sustenta que, de 2016 até maio de 2017, “com vontade livre, consciente e voluntária”, Aécio tentou “impedir e embaraçar as investigações” da Operação Lava Jato “na medida em que empreendeu esforços para interferir na distribuição dos inquéritos da investigação no Departamento de Polícia Federal, a fim de selecionar delegados de polícia que supostamente poderiam aderir ao impedimento ou ao embaraço à persecução de crimes contra altas autoridades políticas do País”.

A procuradoria também sustenta que o senador, agora afastado, “atuou intensamente nos ‘bastidores’ do Congresso Nacional”, para aprovar medidas legislativas com o objetivo de “impedir ou embaraçar a apuração e a punição de infrações penais que envolvam a organização criminosa”, tais como a anistia à prática de caixa dois eleitoral e o projeto de lei de abuso de autoridade.