A aliança farmacêutica Pfizer/BioNTech anunciou, nesta quinta-feira (26), que se associará ao laboratório brasileiro Eurofarma para produzir vacinas anti-covid 19 na América Latina, uma região muito afetada pela pandemia.

A Eurofarma se abastecerá da vacina de RNA mensageiro da Pfizer/BioNTech nos Estados Unidos e realizará operações de embalagem a partir de 2022, segundo um comunicado sobre os termos do acordo.

“Em plena capacidade operacional, espera-se que a produção anual supere as 100 milhões de doses”, destacou, especificando que essas doses serão distribuídas exclusivamente na América Latina.

Graças a este acordo, a rede de fabricação da multinacional agora abrangerá quatro continentes e incluirá 20 fábricas, destacaram os dois laboratórios.

“Todos, independentemente de sua condição financeira, raça, religião ou lugar geográfíco, merecem acesso às vacinas contra a covid-19 que salvam vidas”, disse o diretor da Pfizer, Albert Bourla, na nota.

O continente sul-americano foi muito afetado pela covid-19 desde o início da pandemia.

O Brasil é o segundo país mais afetado do mundo em números absolutos depois dos Estados Unidos, com 576.645 mortes e 20.645.537 casos, de acordo com os últimos dados, enquanto a variante delta continua causando estragos.

O Peru também é o país que registra o maior número de mortes em relação à sua população, com 601 mortes a cada 100.000 habitantes. Nessa escala, o Brasil ocupa o sétimo lugar, com 271 mortes.

América Latina e Caribe totalizam 1.428.463 mortes entre 42.892.425 casos até esta quinta-feira (26) às 07h00 (horário de Brasília), segundo dados coletados pelos escritórios da AFP das autoridades nacionais competentes e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Se as operações de embalagem começarem no início do ano que vem para a Eurofarma, a transferência de tecnologias e a instalação de equipamentos começarão “imediatamente”, afirma a aliança.

A Eurofarma é um grupo brasileiro fundado em 1972 que tem atividades em 20 países da América Latina e dez fábricas próprias distribuídas pelo continente, de acordo com seu site.

Pfizer e BioNTech já anunciaram uma associação parecida para a África em julho, ao se unirem com o grupo Biovac para desenvolver a etapa final de produção na África do Sul. O objetivo é fornecer até 100 milhões de doses por ano exclusivamente aos 55 países membros da União Africana.

Esta foi a primeira associação da aliança fora da Europa e América do Norte.