BRASÍLIA (Reuters) – O ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten afirmou à CPI da Covid no Senado que reuniu-se com o presidente da Pfizer no Brasil após notar a falta de resposta a carta enviada pela empresa quase dois meses antes a diversas autoridades do governo.

O ex-secretário disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que a carta foi enviada em 12 de setembro ao presidente Jair Bolsonaro, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, aos então titulares da Saúde, Eduardo Pazuello, Casa Civil, Braga Netto, ao vice-presidente Hamilton Mourão e ao embaixador do Brasil nos Estados Unidos Nestor Forster.

Em 9 de novembro, Wajngarten notou ausência de resposta do governo brasileiro, razão pela qual enviou e-mail ao presidente da empresa em Nova York. Segundo o ex-secretário, 15 minutos depois o então presidente da empresa no Brasil, Carlos Murillo, ligou para ele.

Foi agendada, então, uma reunião em 17 de novembro com Murillo, mas de acordo com Wajngarten, não houve negociação e não se discutiu valores.

O ex-secretário relatou à CPI que na ocasião ouviu do presidente da empresa que a intenção era fazer do Brasil uma vitrine da vacinação na América Latina. Havia, inclusive, uma promessa da farmacêutica que se o governo brasileiro se manifestasse a empresa faria esforços para diminuir o tempo de entrega do imunizante.

Wajngarten confirmou que Bolsonaro sabia do encontro e disse aos senadores que toda a correspondência com a Pfizer está no computador funcional da Secom.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Texto de Maria Carolina Marcello; Edição de Alexandre Caverni)

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