A partir de 2019, a Peugeot pretende acelerar a produção de carros elétricos. Até 2023, a meta é ter 80% dos seus automóveis saindo de fábrica com motores a bateria ou híbridos. Para Jean-Philippe Imparato, presidente mundial da montadora, essa é a primeira fase de uma transição na matriz energética do setor automotivo, que vai culminar, em cerca de uma década, em um novo conceito de automóvel. “Até o volante pode desaparecer”, afirmou Imparato à coluna.

Nessa transição, há o desafio de lidar com a geração millennial, dos nascidos nas décadas de 1980 e 1990, que vem perdendo o interesse pelo automóvel. “O que verificamos, na verdade, é que, à medida que o jovem envelhece e avança na vida, ele passa a ter mais interesse pelo carro”, diz o executivo. Porém, o conceito de como se utiliza o automóvel será outro.

Por esse motivo, o grupo PSA, do qual a Peugeot faz parte, criou a Free2Move, uma plataforma de mobilidade que agrega aplicativos de compartilhamento de veículos, incluindo bicicletas. Por aqui, esse cenário ainda é incerto. Com pouco mais de 1% de participação no mercado brasileiro, a Peugeot está conduzindo um alinhamento da oferta no País com a europeia. A ideia é que o portfólio seja o mesmo. A chegada dos elétricos no Brasil, no entanto, depende da infraestrutura. E, no momento em que se discute uma nova política industrial para o setor, Imparato faz um apelo. “Um grão de liberalização faria bem ao Brasil”, diz o executivo.

(Nota publicada na Edição 1039 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Cláudio Gradilone e Rodrigo Caetano)