O temporal que devastou a cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, já deixou 104 mortos, a maior parte mulheres. Segundo último boletim da manhã desta quinta-feira (17), dos 101 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 65 são de mulheres e 36 homens.

Não se sabe o total de desaparecidos, mas 42 pessoas já são procuradas. Mais de 500 pessoas do corpo de Bombeiros, Defesa Civil e equipes da Prefeitura trabalham na operação de busca e nesta quinta, o Ministério da Defesa autorizou o envio das Forças Armadas para ajudar na região.

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Ao menos 421 pessoas, desabrigadas ou desalojadas, foram acolhidas nos pontos de atendimento montados na cidade.

O cenário é de destruição na chuva mais intensa que a cidade já registrou desde 1932: foram rebocados mais de 100 veículos arrastados pela chuva e ainda há muitos carros abandonados em diversos pontos do município. Lama e escombros de casas completam a imagem em Petrópolis.

O governo estadual e a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro anunciaram a prorrogação do calendário de pagamento de impostos para moradores da cidade. IPVA e ICMS foram jogados para o segundo semestre.

Possibilidade de deslizamentos

O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta indicou que é alta a possibilidade da ocorrência de deslizamentos na região. Isso porque há um elevado nível de umidade do solo, favorecendo esses movimentos mesmo sem chuva.

O caos poderia ter sido evitado, caso a prefeitura de Petrópolis tivesse se planejado antes. Desde maio de 2017, um estudo que identificou mais de 15 mil moradias com risco alto ou muito alto de destruição nas chuvas aguarda uma ação do município.

Segundo o UOL, o levantamento foi feito pela empresa Theopratique Obras e Serviços de Engenharia e Arquitetura, contratada pelo próprio município. No chamado Plano Municipal de Redução de Riscos, 27.704 imóveis foram considerados de risco alto ou muito alto, cerca de 10% da área urbanizada de Petrópolis.

O plano indica, inclusive, os recursos que deveriam ser investidos em cada área, ações reassentamento, saneamento básico e infraestrutura. Ao todo, R$ 35 milhões deveriam ser gastos para evitar tragédias como a que aconteceu nesta semana.