Os futuros de petróleo encerraram o pregão desta sexta-feira em alta, impulsionados pelo aumento das tensões no Oriente Médio. Ainda impactados pelo atentado a instalações da Saudi Aramco, os contratos saltaram mais de 6% em Londres.

Em Londres, na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do petróleo Brent para novembro teve ganho de 6,74% na semana, para US$ 64,28. Na sessão, a baixa foi de US$ 0,12 (-0,19%).

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), com base nos futuros mais líquidos, a subida semanal foi de 5,91%, para US$ 54,85. Na sessão, houve queda de US$ 0,24 (-0,44%).

O pano de fundo da subida semanal do óleo foi o ataque, no sábado passado, a instalações da Saudi Aramco. Metade da produção da Arábia Saudita, responsável por 10% da oferta mundial, ficou comprometida. A petroleira diz que vai restaurar o fornecimento até o fim de setembro.

O ataque foi reivindicado pelos rebeldes houthis, do Iêmen, mas os EUA e a Arábia Saudita acusam o Irã de envolvimento. A república islâmica nega.

Na quinta, o chanceler iraniano, Mohamed Javad Zarif, disse que um ataque militar dos EUA ou da Arábia Saudita ao Irã – em retaliação ao ataque a instalações da Saudi Aramco – pode causar um estado de “guerra total” na região, o que adiciona ainda mais incerteza ao cenário para o óleo.

Nesta sexta mais cedo, o presidente da China, Xi Jinping, disse esperar que se evitem medidas que possam gerar tensões no Oriente Médio. Ele também pediu que os ataques à Arábia Saudita sejam investigados de forma “objetiva” e “justa”.

Para analistas do JPMorgan, o choque no fornecimento de petróleo atinge uma economia global já frágil. “Não estamos fazendo alterações em nossa previsão, mas adicionamos um choque à nossa lista de possíveis riscos negativos”, afirmaram, em relatório.