O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira, 1º de julho, à medida que preocupações renovadas com a oferta da commodity atingem o mercado. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto subiu 2,52% (US$ 2,67), a US$ 108,43, com alta semanal de 0,75%. Já o do Brent para o mês seguinte teve alta de 2,38% (US$ 2,60), a US$ 111,63, na Intercontinental Exchange (ICE), com avanço semanal de 2,32%.

Após operarem em queda durante a madrugada, os contratos futuros de petróleo passaram a subir mais de 2%, com o mercado reagindo ao levantamento da Reuters que mostrou que Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não cumpriu, em junho, o aumento da produção de óleo prometido, já que quedas involuntárias na Líbia e na Nigéria compensaram os aumentos de oferta da Arábia Saudita e outros grandes produtores.

A Opep bombeou 28,52 milhões de barris por dia (bpd) em junho, segundo a pesquisa, uma queda de 100 mil bpd em relação ao total revisado de maio.

De acordo com o economista da Oanda, Edward Moya, a crise política da Líbia está levando a uma queda acentuada nas exportações de petróleo. “Os temores de recessão estão acabando com as perspectivas de demanda de petróleo, mas com preços cerca de 17% mais baixos em relação à alta de março, o petróleo não deve cair muito, dada a atual perspectiva de oferta”, analisa, em relatório enviado a clientes.

O Commerzbank destaca ainda que o Equador enfrenta uma onda de protestos de indígenas, o que também reduz a oferta da commodity.

Para o Julius Baer, a reação dos preços de petróleo ao fluxo de notícias geopolíticas sugere que o mercado ainda incorpora um alto grau de incerteza, ou seja, um prêmio de risco. “A presença de tal prêmio de risco torna-se evidente quando o fluxo de notícias políticas atinge o mercado e infla temporariamente os preços”, comenta. “A demanda global está estagnada, principalmente devido aos altos preços dos combustíveis”, completa.

A Rússia, por sua vez, assumiu o controle de um consórcio internacional por trás do grande projeto de petróleo e gás natural Sakhalin-2, entregando-o a uma entidade russa que na prática dará ao Kremlin poder sobre o que os investidores estrangeiros poderão fazer para manter sua participação. No extremo leste do território russo, o Sakhalin-2 é um dos maiores projetos do mundo de petróleo e gás, fornecendo cerca de 4% do mercado global de gás natural liquefeito (GNL) e com a presença de empresas como a Shell e a Mitsubishi entre seus acionistas.