Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, 27, com o mercado de olho nas tratativas por um possível acerto de potências globais com o Irã para a retomada do acordo nuclear de 2015. Outro aspecto observado foram os indícios sobre a demanda nos Estados Unidos, maior consumidor mundial de petróleo, seguindo publicações semanais de estoques. Teve repercussão ainda a eleição de ativistas ambientais para o conselho da Exxon Mobil, com analistas avaliando possíveis desdobramentos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para julho subiu 0,97%, a US$ 66,85, enquanto o do Brent para agosto avançou 0,68%, a US$ 69,20, na Intercontinental Exchange (ICE).

Hoje, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou que o órgão vai “reavaliar cuidadosamente” as sanções adotadas contra o Irã, caso o país cumpra com as regras acordadas em 2015. As negociações seguem de forma indireta em Viena, em uma quinta rodada de tratativas entre diplomatas. Além de EUA e Irã, os outros quatro integrantes permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – China, França, Reino Unido e Rússia – a Alemanha e União Europeia participam. “Em nossa opinião, o acordo nuclear e as sanções dos EUA contra o Irã continuarão a inclinar a balança, pois determinarão se as exportações de petróleo iranianas retornarão ao mercado”, avalia o Commerzbank sobre o impacto do tema nos preços.

O banco alemão também destaca que os estoques de petróleo e derivados caíram mais acentuadamente do que o previsto na semana passada. A demanda no país “parece estar tendo uma recuperação dinâmica: em 9,5 milhões de barris por dia, a demanda de gasolina antes da temporada de verão está apenas pouco abaixo do nível normal para esta época do ano”, segundo o Commerzbank.

Na questão da Exxon, a Moody’s avalia que o foco dos acionistas nos riscos climáticos “são mais indicações do crescente risco de crédito enfrentado pelos grandes produtores de petróleo”. “A pressão está inexoravelmente aumentando para que os produtores ajustem as estratégias de negócios para implementar planos de transição confiáveis. Esperamos que a disponibilidade e o custo de capital aumentem para aqueles que não demonstrem tais planos”, conclui o diretor da Moody’s Steve Wood.

Hoje, a China deu a cinco petrolíferas estatais um prazo para relatar detalhes sobre o uso de petróleo importado nos últimos anos, seguindo esforços de Pequim para controlar a entrada da commodity no país.