O petróleo se descolou da cautela vista nesta quinta-feira, 30 em outros mercados, que reagem a retrações históricas na atividade econômica de países europeus e ao aumento do desemprego nos Estados Unidos, e fechou a sessão em alta. A commodity energética é beneficiada pela perspectiva de recuperação parcial da demanda e pelo aumento menor do que o esperado nos estoques americanos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho avançou 25,1%, a US$ 18,84. Já o Brent para julho subiu 9,29%, a US$ 26,48, na Intercontinental Exchange (ICE). Em abril, no entanto, o WTI acumulou perdas de 8,0%, e o Brent registrou leve alta de 0,49%.

“O sentimento no mercado de petróleo aumentou consideravelmente”, afirma o analista Eugen Weinberg, do Commerzbank. Segundo o especialista do banco alemão, há “esperanças de um rápido retorno à normalidade”, com o processo de reabertura das economias, depois de semanas de quarentena para tentar conter o avanço da pandemia de coronavírus.

Na quarta, o Departamento de Energia dos EUA (doe, na sigla em inglês) informou que os estoques de petróleo no país aumentaram 8,991 milhões de barris na semana encerrada em 24 de abril. Analistas, no entanto, previam um avanço de 11,0 milhões de barris. Já a produção média diária recuou de 12,2 milhões para 12,1 milhões de barris. “No ambiente atual, o mercado parece desesperado por quaisquer sinais positivos, por mais leves que pareçam”, avaliam analistas do banco holandês ING.

Nesta quinta, no entanto, o DoE destacou em relatório que os estoques da commodity energética nos EUA estão próximos de níveis recordes. A Agência Internacional de Energia (AIE), por sua vez, disse que a demanda global por energia sofrerá “forte” queda em 2020 e declarou que a crise do coronavírus é o maior choque para o setor desde a Segunda Guerra (1939-45).

Na semana passada, o petróleo foi negociado abaixo de US$ 0 pela primeira vez na História. Isso ocorreu porque os investidores começaram a liquidar o contrato de maio do WTI para evitar a entrega física, após relatos de que o espaço para armazenamento de petróleo nos Estados Unidos estava perto de se esgotar e em meio à uma queda na demanda gerada pela pandemia.