Os preços do petróleo estendem as perdas nesta quinta-feira, com um sentimento de baixa impulsionado pelo último aumento nos estoques de petróleo dos EUA e pela produção, além da força do dólar no mercado de câmbio.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para maio caía 0,83%, a US$ 55,89 por barril, às 9h (de Brasília). Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para abril recuava 0,82%, a US$ 53,39 por barril.

O Departamento de Energia dos EUA (DoE) informou ontem que os estoques da commodity nos EUA subiram 1,5 milhão de barris, menos do que o previsto (+2,5 milhões), mas o valor total, de 520,2 milhões, atingiu recorde, após oito semanas seguidas de altas. Os aumentos consecutivos alimentaram as preocupações de que o crescimento da demanda pode não ser suficiente para absorver o excesso de petróleo global, apesar do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para cortar a produção.

O aumento de ontem resultou em grande parte de importações significativas da Arábia Saudita, Iraque e Canadá, embora a forte produção doméstica, que subiu acima de 9 milhões de barris pela segunda semana consecutiva, também contribuiu.

A crescente produção de petróleo dos EUA nos últimos meses tem anulado em grande parte os cortes na produção de alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo – na sua maioria membros da Opep, juntamente com alguns países fora do cartel, incluindo a Rússia – que concordaram em um acordo de corte no ano passado.

O impacto líquido tem sido manter os preços em um intervalo apertado, com dúvidas sobre se os países estão cumprindo plenamente o acordo liderado pela Opep para reduzir a produção em 1,8 milhões de barris por dia, dizem analistas.

“Os dados russos divulgados nesta manhã para fevereiro mostram que a produção permaneceu praticamente estável mês a mês, o que sugere que a adesão dos países foram da Opep não é suscetível de ver ganhos significativos”, disse a JBC Energy em nota.

Os preços do petróleo também foram pressionados pelo aumento do dólar americano nas probabilidades crescentes de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) poderia aumentar as taxas de juros já na reunião deste mês. Fonte: Dow Jones Newswires.