Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão desta segunda-feira, 8, sem sinal único, com os agentes atentos às questões geopolíticas envolvendo o Irã, após o país persa estourar o limite de urânio enriquecido estabelecido pelo acordo nuclear internacional firmado em 2015. As questões entre oferta e demanda também estiveram no foco dos agentes após relatório da S&P Global Platts apontar que o cumprimento do acordo de redução da produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) diminuiu em junho.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo tipo WTI para entrega em agosto fechou em alta de 0,26%, cotado a US$ 57,66 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para setembro caiu 0,18%, para US$ 64,11.

Os preços do petróleo oscilaram entre leves ganhos e perdas neste início de semana. Pela manhã, o Irã disse que estava enriquecendo urânio além do teto estabelecido pelo acordo nuclear. O nível de urânio enriquecido chegou a 4,5%, nível superior ao limite de 3,67% estabelecido pelo pacto firmado entre Teerã e potências globais. De acordo com o porta-voz da Agência de Energia Atômica do Irã, Behrouz Kamalwandi, o nível de enriquecimento é suficiente para “satisfazer plenamente nossa necessidade de fornecer combustível para usinas de energia”. Durante a tarde, a Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), confirmou o que foi apontado pelos iranianos.

No início da tarde, os contratos futuros de óleo cru negociados em Nova York e em Londres se firmaram no campo positivo, apoiados pela posição dura dos Estados Unidos em relação ao Irã. De acordo com o vice-presidente americano, Mike Pence, os EUA estão abertos a negociações com os iranianos, mas “não recuaremos de nossa posição atual”. Pence disse, ainda, que Washington não busca uma guerra com Teerã, mas ressaltou que o governo de Donald Trump continuará a se opor ao que chamou de “influência maligna” dos iranianos no mundo.

Apesar de o Irã ocupar o centro das atenções, um relatório da S&P Global Platts sobre o cumprimento do acordo Opep+ também chamou a atenção dos investidores. A consultoria apontou que a produção dos países da Opep estava em 30,09 milhões de barris por dia em junho e informou que a adesão dos países do cartel às cotas de produção diminuiu no mês passado na comparação com maio. Em junho, a taxa de conformidade dos países da Opep com o pacto foi de 104%, o que representa uma queda em relação à taxa de conformidade de 117% observada em maio.